Em busca de um percurso que não fosse demasiado longe de casa, em boa hora, eu e o Francisco, decidimos percorrer a “Rota do Gaia”, um percurso em Arcozelo das Maias, Oliveira de Frades (Viseu).

Na companhia do Pedro Cardoso lá fomos até Arcozelo das Maias para iniciar o percurso junto à antiga estação ferroviária situada na parte extinta da Linha do Vouga.

O percurso atravessa a povoação, para depois se dirigir à ecopista existente no que foi o antigo leito da via férrea.

Após percorrer um pouco da antiga via o percurso começa a dirigir-se para o Rio Gaia ganhando cada vez mais interesse.

A descida, algo acentuada, húmida e escorregadia, faz-se, por vezes, com apoio de algumas cordas colocadas para o efeito. Pelo caminho algumas linhas de água embelezam o percurso e inundam o trilho. A chegada ao Rio Gaia faz-se nas proximidades das quedas de água da foz da Ribeira da Lavandeira.

O local é de grande beleza e a quantidade de água que hoje caia na cascata ainda tornava o cenário mais bonito. As águas da ribeira desaguam, ou melhor, caiem no Rio Gaia.

A partir deste ponto e ao longo dos vários quilómetros em que o percurso se mantém junto ao rio, a beleza da paisagem é fantástica. Muita água neste período do ano, as cores da vegetação, o musgo verde florescente nas árvores, pedras e rochas, o entoar do ruído da água, as ruínas de inúmeros moinhos e as pequenas cascatas e rápidos que abundam no rio tornam o percurso de uma beleza ímpar.

Quando o percurso atravessa a margem, para permitir o regresso a Arcozelo das Maias, na Ponte de Coifas, atravessa a que foi a Estrada Real e, no local, é possível ver algum lajeado do que em tempos foi o piso da mesma.

Depois volta-se a caminhar pelas margens do rio, mantendo o mesmo cenário anterior.

Após um longo caminho, feito devagar para evitar escorregadelas no terreno húmido e/ou nas pedras molhadas e cheias de musgo, inicia-se a subida à povoação. O percurso termina onde começou, junto à estação ferroviária.

É sem dúvida um dos mais bonitos percursos que percorremos nos últimos tempos, mas há que realçar que é esta a época do ano mais interessante para aproveitar a beleza do mesmo. A não perder.

Alberto Calé

 

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