Penas Roias

 
 
 
O Concelho de Mogadouro
Freguesia de Penas Roias
 

Penas Roias é uma povoação pertencente à freguesia homónima de Penas Roias, no concelho de Mogadouro, distrito de Bragança, região do Norte, sub-região das Terras de Trás-os-Montes.

As terras de Penas Róias foram doadas em 1145 à Ordem dos Templários por Fernão Mendes Braganção, tenens da Terra de Bragança, circunscrição na qual a localidade estava inserida, coincidindo com testemunhos arqueológicos do séc. XII ou até anteriores, finais do séc. XI.

Sob a direção do Mestre da Ordem D. Gualdim Pais, teve início a construção do castelo de Penas Róias, correspondente ao ano de 1172 (Era Cristã), conforme inscrição epigráfica deteriorada na Torre de Menagem.

No reinado de D. Sancho I (1185-1211), empreendeu-se novo esforço de repovoamento da vila, que passou a sede de concelho. Nessa época, já a Ordem do Templo tinha deslocado a sua actuação mais para o Sul, Beira Baixa.

Nos reinados de D. Afonso II e D. Sancho II, continuaram os conflitos militares de fronteira com o reino de Leão, dadas as pretensões destes territórios por ambas as partes, havendo mesmo trocas de terras entre os reinos, nomeadamente a Norte, Este e Sul de Trás-os-Montes, com fronteiras fluviais dos rios Maçãs, Angueira e Douro e terras de Vimioso e de Moncorvo, e, posteriores concessões à Ordem dos Hospitalários.

Em Fevereiro de 1227, o Arcebispo de Braga D. Estevão Soares da Silva, ao estabelecer com o Mestre Templário D. Pedro Alvites, um acordo sobre a sua autoridade eclesiástica nas igrejas de Mogadouro e Penas Róias, obrigava a Ordem do Templo ao pagamento das dízimas arrecadadas e a prover as igrejas de capelães confirmados pelo Arcebispo. Este acordo foi renovado em 16 de Outubro de 1263 pelo então Arcebispo D. Martinho, e, Vasco Fernandes, Mestre da Ordem no reino de Portugal.

Conflitos com os vizinhos de Fermoselhe do reino de Leão, também preocupou a administração dos templários, cujos pleitos do séc. XIII foram testemunhados pelos homens-bons dos concelhos de Fermoselhe, Mogadouro, Penas Róias, Lampaças, Miranda e de Além- Douro. Igualmente a Comenda de Mogadouro e Penas Róias intervinha na resolução de outros diferendos ocorridos na região transmontana.

Em 1254, o senhorio templário, representado por frei Martim Pais, Comendador de Mogadouro e Penas Róias, reclamava, perante o Bispo de Zamora, que os moradores da última localidade, se furtavam ao pagamento dos dízimos, como tinha acontecido em Julho de 1223.

Na época, os concelhos de Mogadouro e de Penas Róias eram habitados por jornaleiros, lavradores, pastores, tecelões e outras profissões mecânicas, comerciantes e carreteiros que se dedicavam ao comércio e transporte de bens. Produziam cereais, vinho, leite, queijos, manteiga, lã colhida dos ovinos, cera e mel. Todos os seus habitantes, profissões e produtos, estavam sujeitos ao tributo religioso que beneficiavam a Ordem do Templo e a Arquidiocese de Braga.

Posteriormente, sob o reinado de D. Afonso III (1248-1279), a vila encontra-se referida nas inquirições de 1258, tendo recebido Carta de Foral, juntamente com Mogadouro, em 1272, foral esse renovado a Penas Róias no ano seguinte (1273).

Com a extinção da Ordem do Templo, D. Dinis (1279-1325) transferiu os domínios de Penas Róias para a Ordem de Cristo (1319), o que nos leva a crer ter havido lugar a trabalhos de recuperação e reforço das suas muralhas de defesa.

No reinado de D. Fernando (1367-1383) e devido a conflitos bélicos pela sucessão do reino de Castela (1ª, 2ª e 3ª guerras fernandinas), o concelho de Penas Róias cresceu com a integração do concelho de Bemposta (1369), a pedido daquele, uma vez que era pouco povoado e não conseguia reunir gente suficiente para a sua defesa. O rei acedeu, e, todas as localidades retornaram ao concelho onde, 54 anos antes (1315), D. Dinis tinha designado. Porém, ainda no reinado de D. Fernando, o concelho de Bemposta voltou a ser restaurado.

Em 2 de Fevereiro de 1457, foi confirmada pelo rei D. Afonso V (1438-1481) a compra da vila e do castelo de Penas Róias por Álvaro Pires de Távora a Rui Gonçalves Alcoforado, cavaleiro e criado do Conde de Ourém.

Em 1509 a vila ainda se encontrava murada, conforme a iconografia de Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509).

D. Manuel I (1495-1521) concedeu-lhe o Foral Novo em 1512.

Em 1758 o castelo de Penas Róias já se encontrava em avançado estado de ruína.

 

PATRIMÓNIO DE PENAS ROIAS

 

Penas Roias – Castelo

Penas Roias – Igreja Paroquial

Penas Roias – Pelourinho