Ficha Técnica
Esta etapa tem início em Cércio, na sua praça central.
Ao sair da povoação passa-se junto à sua Igreja Paroquial.
Junto à igreja segue-se por um estradão em terra batida entre velhos muros em pedra.
Cerca de 500 metros depois surge um velho pontão em pedra, com acessos lajeados que em tempos, desconhece-se a antiguidade, permitia a travessia da Ribeira de Cércio.
Pouco tempo depois da passagem pelo pontão o trilho acaba e o percurso passa a ser pela estrada. É uma longa travessia em alcatrão, de alguns quilómetros, antes de o abandonar para, em novo estradão de terra batida, se chegar à povoação de Freixiosa.
Nesta povoação encontrámos as Bodegas, uma construção subterrânea onde, em tempos, se guardava o vinho.
Na aldeia é possível ver ainda a sua igreja, a fonte da aldeia e uma pequena capela já na saída da povoação. Existe um Miradouro sobre o rio Douro mas implica sair do percurso e caminhar cerca de 1.100 metros para lá chegar (2.200 m, ida e volta).
Saindo da povoação percorre-se um trilho de pé posto, entre arvoredo que vai levar a um leito seco do rio (à altura da actividade, no Inverno pode ter água), onde uma velha ponte lajeada permite a sua passagem.
Ultrapassada a ponte e em subida mais acentuada dá-se entrada na povoação de Vila Chã de Braciosa, mesmo junto à sua Igreja Matriz, à Casa Paroquial e ao edifício da Junta de Freguesia, todo ele decorado com motivos do folclore mirandês.
Saindo da povoação e a cerca de 1,5 Km da mesma situam-se a Capela de Santo Albino e o Miradouro do Cabecito da Vinha. Este miradouro não tem qualquer vista sobre o rio Douro mas permite uma visão alargada do território envolvente.
Seguindo o estradão começa-se a aproximação à povoação de Picote. Entra-se na povoação e, ao chegar ao edifício da FRAUGA (Associação para o desenvolvimento integrado de Picote) desvia-se à esquerda, saindo do trilho, para visitar o Miradouro da Fraga do Puio. Este é, a par com o Miradouro de Miranda do Douro, um dos melhores miradouros existentes no percurso já efectuado. Possui uma infraestrutura em vidro suspensa na falésia e permite uma vista espectacular sobre o rio. A não perder.
De volta ao percurso atravessa-se a povoação, passando pela Fontósia (a velha fonte da aldeia), pela Igreja Matriz, dedicada a São João e sai-se da aldeia junto à Capela de Santa Cruz na direcção de Sendim.
O percurso até Sendim não oferece grandes atractivos e chega à povoação passando pela Capela de Nossa Senhora dos Remédios, depois pela sua Igreja Matriz, pela Capela do Senhor da Boa Morte e sai para um estradão em terra batida nas proximidades da Capela de São Sebastião.
O trilho até Urrós também não apresenta nenhum ponto com interesse especial e a etapa acaba junto à antiga escola primária desta localidade.
CROQUI DO PERCURSO
Cércio
Cércio é uma localidade pertencente à freguesia de Duas Igrejas no concelho de Miranda do Douro, distrito de Bragança, região do Norte, sub-região das Terras de Trás-os-Montes.
Pequena aldeia é, no entanto, muito antiga. Freguesia há muito extinta, surge por várias vezes nas inquirições de D. Afonso III, no ano de 1258.
Igreja Paroquial de Cércio
A Igreja Paroquial está localizada na povoação de Cércio, na freguesia de Duas Igrejas, concelho de Miranda do Douro.
Terá sido alvo de obras de requalificação e reorganização no séc. XVI, que transformaram substancialmente o exterior. A fachada a Norte, sobre o cemitério, mantém a cachorrada gótica enquanto que fachada principal da igreja é totalmente cega, apresentando uma verticalidade limpa e compacta e reservando o investimento arquitectónico e decorativo para outros planos e sobretudo para o seu interior. É o caso do interessante retábulo das almas, em talha policromada, também um motivo recorrente na região.
Os frescos que representam São Miguel Arcanjo e São Francisco de Assis e, mais recentemente junto ao arco triunfal, um recém restaurado fresco que nos mostra o evangelista São Marcos, são pontos de observação obrigatória no interior do templo.
Além destes, junto à parede Norte da nave encontra-se uma lápide funerária romana.
Pontão sobre a Ribeira de Cércio
O Pontão sobre a Ribeira de Cércio está localizado nas proximidades da povoação de Cércio, na freguesia de Duas Igrejas, concelho de Miranda do Douro.
À saída de Cércio, em direcção a Freixiosa, chegando à ribeira de Cércio, encontraram-se vestígios cerâmicos e registos epigráficos do povoado tardo-romano de Santa Marinha, que terá tido continuidade na Alta Idade Média.
Nesse mesmo local observa-se actualmente um troço lajeado da antiga estrada, vencendo o curso de água sobre um pontão de pedra.
Freixiosa
Freixiosa é uma povoação pertencente à freguesia de Vila Chã de Braciosa, no concelho de Miranda do Douro, região do Norte, sub-região das Terras de Trás-os-Montes. Dista cerca de 6km da sede do concelho.
Em tempos, as principais atividades económicas da freguesia eram a agricultura e os lacticínios, tendo sido estas as principais fontes de rendimento de muitas famílias.
Actualmente, a Freixiosa dispõe de um Lar de Terceira Idade que representa o maior empregador da freguesia.
Possui ainda na zona limítrofe com a União de Freguesias de Tavares uma quinta de eventos, que divulga a freguesia e exponencia todo ex-libris do meio natural envolvente.
Igreja Matriz de Freixiosa
A Igreja Matriz está situada na localidade de Freixiosa, na freguesia de Vila Chã de Braciosa, concelho de Miranda do Douro.
Este pequeno templo não tem quaisquer referências de localização no tempo.
Possui na sua fachada principal torre com dupla sineira.
Vila Chã de Braciosa
Vila Chã de Braciosa é uma povoação pertencente à freguesia homónima de Vila Chã de Braciosa, da qual é sede, no concelho de Miranda do Douro, região do Norte, sub-região das Terras de Trás-os-Montes.
Situa-se geograficamente no extremo Sueste do território do concelho e dista de Miranda do Douro cerca de 15 km.
Povoada desde os tempos ancestrais, como o comprova a existência de um castro na área da freguesia, é uma terra de tradições, detentora de uma arquitectura típica, caraterizada pela "curralada". Preserva o caraterístico falar Mirandês que assim designa o nome da sua terra por "Bila Chana".
Capela de Santo Albino
A Capela de Santo Albino situada nas proximidades de Vila Chã de Braciosa, na freguesia homónima de Vila Chã de Braciosa, no concelho de Miranda do Douro.
O lugar sagrado de “Santo Albino” acede-se através de um caminho em terra batida que termina no largo, definido pelos muros de pedra que delimitam os terrenos aí existentes. No lugar, é possível observar a ermida, reconstruída há cerca de 4 anos.
Esta encontra-se orientada segundo os modelos canónicos, com o altar voltado para nascente e entrada para poente. Apresenta nave única, de planta quadrangular e à entrada foi anexado um vestíbulo de planta rectangular.
Em 2013, foi realizada uma intervenção arqueológica, que balizou a edificação da capela entre os séculos XVI e XVII.
No interior, são visíveis quatro aberturas, construídas no muro Este, sensivelmente centrados no alçado e dispostas em “T”; no muro Sul, apresenta também, um nicho, relativamente centrado. Elemento de maior destaque é a entrada, que consiste num emparedamento redutor da abertura, composta por uma porta, delimitada pelos respectivos elementos construídos (soleira, ombreiras e padieira), ladeada a Sul por uma pequena janela, também emoldurada por quatro lajes e a Norte por uma pequena abertura; a encimar a entrada encontram-se duas lajes toscamente talhadas, por forma a configurarem uma espécie de arco em mitra. O vestíbulo apresenta uma ampla abertura, ladeado respectivamente por duas ombreiras, apresentando a do lado Sul, uma abertura circular; o remate dos muros Norte e Sul é em declive, e no muro Oeste é linear, encimado em cada extremidade por uma mísula. Todo o edifício é revestido a reboco de cal, apresentando no exterior, grafitis gravados no mesmo.
O arco é composto por dois blocos graníticos de grandes dimensões, que apresentam na face interna, dois conjuntos de covinhas, interligadas por canais.
No recinto, é possível averiguar uma pia e covinhas. A pia, no seu bordo Sul, apresenta um rebaixamento semicircular, e no comprimento do bordo para Oeste, um rebaixamento de alguns centímetros, talvez para encaixe de uma tampa.
A Norte da Ermida, acha-se um lagar rupestre escavado na rocha, de provável cronologia tardo-romana ou alti-medieval, reutilizados até aos finais do séc. XIX, inícios do XX. Nos afloramentos rochosos circundantes, registam-se mais dois lagares rupestres escavados na rocha granítica.
Santo Albino, bispo da cidade francesa de Angers, entre a segunda metade do séc. V e a primeira do VI, pretendia erradicar o culto pagão e dionisíaco da vida, que no local seria expresso pelo vinho.
Segundo os naturais de Vila Chã, no dia da festa, tocava-se e entoavam-se cânticos com o vinho, em redor da capela.
Igreja Matriz de Vila Chã de Braciosa
A igreja Matriz situa-se em Vila Chã de Braciosa, na freguesia homónima de Vila Chã de Braciosa, concelho de Miranda do Douro.
A igreja será de fundação medieval, vindo já referenciada nas inquirições afonsinas de 1258.
No entanto, o imóvel foi objecto de obras significativas no séc. XVIII, que alteraram em larga escala a estrutura medieval, da qual ainda restam alguns vestígios estruturais, quer nas fachadas laterais quer no interior.
Em 1721 o abade de Vila Chã, Bernardino de Morais, referia que não existia qualquer informação sobre a fundação do templo, mas que este mostrava, pela sua estrutura, "ser antigo". O mesmo constata que a obra de remodelação do templo foi posterior ao primeiro quartel de setecentos, coincidindo com uma inscrição gravada no frontão que indica 1733 como a data de reedificação.
O templo, de planta rectangular, é composto pelos volumes da nave e da cabeceira, com torre sineira adossada à direita. A fachada, de linhas simples classicistas, possui ao centro portal com frontão triangular, encimado por janela.
O interior, de nave única, é marcado por dois arcos apontados, subsistentes da construção original. Nas paredes laterais possui altares de talha dourada e policromada, de estrutura semelhante aos retábulos colaterais que ladeiam o arco cruzeiro. A capela-mor, elevada em relação ao espaço da nave, possui um imponente retábulo que ocupa toda a parede testeira, em talha dourada joanina.
Miradouro do Cabecito da Vinha
O Miradouro do Cabecito da Vinha está situado nas proximidades de Vila Chã de Braciosa, na freguesia homónima de Vila Chã da Braciosa, concelho de Miranda do Douro.
Numa zona de vinhas e olival, junto à capela de Santo Albino, dele se avistam terrenos cultivados e as arribas do Douro do lado de lá da fronteira.
De salientar que este local está associado aos festejos do vinho e das colheitas, podendo aqui encontrar alguns lagares rupestres cavados na rocha.
Picote
Picote é uma povoação pertencente à freguesia homónima de Picote, da qual é sede, no concelho de Miranda do Douro, região do Norte, sub-região das Terras de Trás-os-Montes.
A aldeia de Picote tem uma particularidade, nela fala-se mirandês e as ruas da aldeia têm dupla afixação em mirandês e português, o que se tornou motivo de curiosidade em Portugal.
Reza a história que, na Idade do Ferro, algures no primeiro milénio antes de Cristo, se instalou um castro na área da Fraga de Puio.
Posteriormente, na época romana, Picote foi um importante aglomerado populacional, admitindo-se que tenha sido a capital de uma ampla "civitas" abrangendo o território que, na Idade Média, seria a Terra de Miranda.
Capela de Santa Cruz
A Capela de Santa Cruz está situada na povoação de Picote, na freguesia homónima de Picote, concelho de Miranda do Douro.
Esta capela é dedicada ao culto da Santa Cruz, cuja devoção remonta aos inícios do cristianismo.
A sua antiguidade pode ser atestada pela existência do topónimo e também pelas múltiplas referências que encontramos em testamentos do séc. XVIII.
No interior, apresenta um altar com uma imagem muito harmoniosa de Cristo crucificado e, no fundo do retábulo, uma paisagem bíblica.
A capela foi restaurada em 2000, com obras no telhado e tendo as paredes exteriores, previamente rebocadas, sido deixada com pedra aparente. O pavimento irregular foi substituído por lajetas de granito.
Igreja Matriz de Picote
A Igreja Matriz ou Igreja de São João Baptista está situada na localidade de Picote, na freguesia homónima de Picote, concelho de Miranda do Douro.
De fachada simétrica e granito finamente trabalhado, esta igreja tenta recriar a linguagem clássica do templo que a antecedeu. Inaugurada em 1957, foi implantada rigorosamente no local onde existia a antiga Igreja de São João, padroeiro da freguesia.
Dela, apenas se conserva, no interior, o púlpito, um trabalho de cantaria, de estilo barroco, primorosamente executado. No exterior guardam-se também os mesmos sinos.
A antiga porta, de arco perfeito, própria da arquitectura românica, foi substituída por uma semelhante, mas muito maior e mais trabalhada. Ainda assim, no exterior, é a continuidade que marca as linhas arquitectónicas do velho para o novo edifício.
Miradouro da Fraga do Puio
O Miradouro da Fraga do Puio está situado na aldeia e freguesia de Picote no concelho de Miranda do Douro.
No fundo da aldeia há indicação que leva ao miradouro da Fraga do Puio (em mirandês Peinha de L Puio), de onde se desfruta duma excepcional vista sobre dois troços profundos do rio Douro e onde a mão laboriosa do homem, apesar das agruras da natureza, conseguiu ainda repovoar de oliveiras. É uma paisagem grandiosa, desenhada pelo rio há dois milhões de anos.
Durante o verão de 2017, um incêndio florestal, destruiu este local de observação panorâmica sobre o Douro Internacional que entretanto foi reabilitado no sentido de oferecer todas as condições para os momentos de contemplação.
A intervenção efetuada concentrou-se na reabilitação, acrescentando porém, condições que antigamente não existiam, onde se destaca a plataforma em vidro, suspensa a uns bons metros de altitude, que lhe confere profundidade e transparência e permite ao utilizador uma visão ainda mais próxima do rio.
Esta plataforma em vidro será, com toda a certeza e especialmente para quem não tiver vertigens, o local ideal para observar a paisagem e tirar as melhores “selfies”.
Os arranjos efectuados dotam o miradouro de todas as condições para desfrutar de toda a paisagem envolvente.
Rio Douro
O Rio Douro é um dos principais rios da Península Ibérica, que flui de sua fonte perto de Duruelo de la Sierra, na província de Soria, no Norte-central de Espanha e no Norte de Portugal, sendo a sua foz no Porto/Vila Nova de Gaia. É o terceiro maior da Península Ibérica, depois do Tejo e do Ebro. O seu comprimento total é de 897 km, sendo que apenas as águas de Portugal são navegáveis.
O nome ‘Douro Vinhateiro’ refere-se a uma área do Vale do Douro, em Portugal, que foi classificada pela UNESCO como Património Mundial. Tradicionalmente, o Vinho do Porto era levado rio abaixo em barcos de fundo plano chamados rabelos, para ser armazenado em barris nas caves em Vila Nova de Gaia, na margem Sul do rio, em frente à zona da Ribeira do Porto.
No entanto, nas décadas de 50 e 60 do séc. XX, à medida que foram construídas barragens construídas ao longo do rio, tanto em Espanha como em Portugal, terminou este tráfego fluvial, sendo agora o Vinho do Porto transportado em camiões-tanque.
O Rio Douro é o terceiro maior da Península Ibérica, depois do Tejo e do Ebro. O seu comprimento total é de 897 km, sendo que apenas as águas de Portugal são navegáveis. Nesta região há poucos afluentes do Douro, sendo os mais importantes o Pisuerga, que passa por Valladolid, e o Esla, que passa através de Zamora.
Ao longo de 112 quilómetros, o Rio Douro constitui parte da linha de fronteira nacional entre Espanha e Portugal, numa região de gargantas estreitas que acabou por se tornar numa barreira histórica para invasões e que constitui um fator de divisão cultural e linguística. Nestas áreas isoladas da fronteira, existem duas áreas protegidas distintas: o Parque Natural do Douro Internacional (do lado português) e El Duero Parque Natural de Arribes (do lado espanhol).
Após a confluência com o rio Águeda, o rio Douro entra totalmente em território português, sendo que, a partir daí e até à foz, são raros os grandes centros populacionais junto ao rio. À excepção das grandes cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia, que ficam junto à foz, apenas se consideram dignas de nota as populações da Foz do Tua, do Pinhão e do Peso da Régua.
Em Portugal, os afluentes mais importantes do rio Douro são o Côa, o Tua, o Sabor, o Corgo, o Távora, o Paiva, o Tâmega, o Sousa e o Febros. Todos eles são pequenos rios, de águas rápidas e não navegáveis.
O Rio Douro atravessa os distritos de Bragança, Guarda, Viseu, Vila Real, Aveiro e Porto. A cidade do Porto é a principal cidade na zona norte de Portugal, sendo o seu centro histórico reconhecido como Património da Humanidade pela UNESCO.
Sendim
Sendim é uma vila pertencente à União das Freguesias de Sendim e Atenor, da qual é sede, no concelho de Miranda do Douro, região do Norte, sub-região das Terras de Trás-os-Montes.
É a freguesia mais a Sul da sede do município, Miranda do Douro, do qual dista cerca de 23 km.
Está inserida na zona do Parque Natural do Douro Internacional, uma zona rica em fauna e flora. É uma vila situada a poucos quilómetros do rio Douro, e que como tal se identifica com as arribas, sendo mesmo denominada a "Capital das Arribas".
Elevada a vila em 1989, é parte integrante da área em que se fala o “mirandês”, na sua variedade “sendinês”.
Os estudos toponímicos mais recentes estabelecem duas etimologias prováveis para o topónimo Sendim: uma tem origem antroponímica do nome próprio medieval “Sendinus” e a outra tem origem na palavra goda “sinth-s” que significa caminho. Neste caso Sendim assume o seu topónimo enquanto localidade que nasceu junto ao caminho que bifurcava da estrada romana ou “Carril Mourisco” e o ligava ao Sul e Espanha.
No termo de Sendim foi feito o achado arqueológico mais antigo do Planalto (Paleolítico Superior - antes do X milénio a.C.), tratando-se de algumas peças líticas talhadas em sílex, encontradas a Norte da Capela de San Paulo. Estão também documentados vários povoados castrejos (Uolgas, Santos, Fragosa, Picon de ls Arteiros e San Paulo) e os povoados romanizados de Trambas Carreiras e San Paulo.
A primeira referência escrita de Sendim é de 1258 nas Inquirições de D. Afonso III. Nova referência em 1291, em acordo feito entre D. Dinis e D. Fernão Peres, a propósito da comenda de Algoso em que o rei pedira à Ordem de Malta algumas aldeias da ordem, entre as quais Sindym.
Sendim desenvolve-se num planalto suavemente talhado por linhas de água, que contrastam com o vale encaixado e escarpado do rio Douro onde desaguam, a Sul do aglomerado.
A Vila de Sendim é ladeada de explorações agrícolas, dominadas por culturas de sequeiro (cereal), interrompidas por lameiros, olival, vinha e culturas de regadio (milho e batata), que conferem à paisagem uma variação cromática geográfica e sazonal. Junto ao aglomerado, desenvolvem-se pequenos quintais com culturas de hortícolas em pequenos talhões. Ao longo das linhas de água, serpenteiam lameiros ladeados por vegetação ripícola (freixo, amieiro e salgueiro).
Em Sendim, marca igualmente presença a cultura da vinha, a qual se faz em terraços voltados para a Espanha, e que descem para o Douro. Esta cultura é caracterizada por uma forte aposta na utilização de técnicas agro-ambientais, das quais se destaca a utilização de seixos brancos, retirados das várias cascalheiras naturais da região, e que apresentam várias vantagens no combate às formigas. Face a esta aposta, foi possível à Cooperativa Agrícola Ribadouro (CAR), em Sendim, lançar o primeiro vinho biológico da Região Vinícola de Trás-os-Montes.
O núcleo primitivo, com especial referência a poente da igreja, apesar de algumas intervenções de recuperação nem sempre seguindo os critérios mais adequados, mantém as características originais da sua malha, de ruas estreitas, de planos marginais compactos, que sustenta uma leitura coerente, mas nem sempre homogénea. No núcleo primitivo, subsistem ainda muitos edifícios de uso rural e exemplares quinhentistas. As construções tradicionais são, em regra, de granito nas alvenarias e vãos, podendo aquelas ser caiadas.
Capela de Nossa Senhora dos Remédios em Sendim
A Capela de Nossa Senhora dos Remédios situa-se na localidade de Sendim, na União das Freguesias de Sendim e Atenor, concelho de Miranda do Douro.
Provavelmente datada do séc. XVIII é a capela do cemitério local.
Em frente à capela tem um Cruzeiro assente numa base com 5 degraus em pedra.
Capela de Nosso Senhor da Boa Morte em Sendim
A Capela de Nosso Senhor da Boa Morte situa-se na localidade de Sendim, na União das Freguesias de Sendim e Atenor, concelho de Miranda do Douro.
Esta capela foi construída no séc. XVIII, mais concretamente no ano de 1759, nos estilos barroco e rococó.
De planta longitudinal, é formada por uma só nave e capela-mor mais estreita com coberturas diferenciadas em falsas abóbadas de berço em estuque. A sacristia está anexada à fachada lateral direita.
A fachada principal é rasgada por um portal de arco abatido, assente em dupla pilastra e encimado por arquitrave e sobrepujado por frontão curvo, flanqueado por óculos ovais.
O interior apresenta-se com um arco triunfal, as cornijas da nave. O pavimento da capela é formado com lajes de xisto e granito.
Capela de São Sebastião em Sendim
A Capela de São Sebastião está situada na localidade de Sendim, na União das Freguesias de Sendim e Atenor, concelho de Miranda do Douro.
Este pequeno templo não tem quaisquer referências de localização no tempo.
Possui já fora do seu adro um cruzeiro em pedra.
Igreja Matriz de Sendim
A Igreja Matriz de Sendim situa-se na localidade de Sendim, na União das Freguesias de Sendim e Atenor, concelho de Miranda do Douro.
Também conhecida como Igreja de Santa Bárbara, é de planta longitudinal, de uma só nave e capela-mor rectangulares.
A sua construção original está datada do séc. XIV.
A sua fachada é rasgada por um portal de arco completo assente em duas pilastras, encimado por arquitrave, sobrepondo-se um nicho com a imagem de Santa Bárbara ladeado por dois pináculos. Está encimado por uma dupla sineira, sendo estas encimadas por uma mais pequena.
Urrós
Urrós é uma localidade pertencente à freguesia homónima de Urrós, no concelho de Mogadouro, distrito de Bragança, região do Norte, sub-região das Terras de Trás-os-Montes.
Situada na margem direita do rio Douro, a freguesia de Urrós encontra-se a vinte quilómetros da vila de Mogadouro. O seu carácter de fronteira, juntamente com a geografia acidentada marcou a sua história e evolução ao longo dos tempos.
Alguns autores dizem que seu nome tem uma origem topográfica, enquanto outros sugerem que era de propriedade do Oborrós muçulmano em 1019. O nome de Urrós aparece de forma diferente em vários documentos: Urros (840), Urros (840), Duros, Durros, Huros, Orrio (no Foral de 1182). Nos séculos XIV e XV aparece Orge, Ordo, Orgho e Orio, possivelmente derivado de cevada. Outros autores dizem que o seu nome deriva do facto de que a freguesia assenta numa pequena chã, entre dois ribeiros, de vales pouco declivosos e pequenos.
Em toda a freguesia existem as condições ideais para ter servido com eficácia as populações castrejas, necessariamente precisadas de segurança e de protecção. Urreta Malhada e Cerco são povoados abertos desse período, encontrados há alguns anos nesta freguesia. Em Meirede, foram achadas diversas moedas romanas e outros objectos, como pedaços de cerâmica e machados, da mesma época.
Há alguns indícios que sugerem que o território de Urrós é habitado desde o período Neolítico, cerca de 5.000 aC.. Estes incluem a gruta do Buraco dos Morcegos, uma imensa caverna num penhasco ao longo da margem do rio Douro onde e existem vestígios de pinturas.
Durante o período dos Iberos, a área foi um castro luso, o zoela localizado no Pico de Bouça de Aires, em torno da qual havia várias áreas habitadas. Daí que alguns chamam de Castelo de Bouça de Aires.
Durante a época romana em Urreta Malhada, onde encontraram várias moedas, cerâmica, tecido e um anel de bronze, terá sido um foco activo de romanização, pelas suas minas de sal e sua localização estratégica na Lusitânia, o que resultou em ainda a criação de um segundo núcleo: Meixide (Meireide actual). Foram encontradas vestígios do neolítico (um machado de sílex e um arado de ferro), lápides e moedas romanas (um centavo da época de Augusto, um cunhado de Júlio César, um asse de Galiano, e um de Constantino).
Mas o maior vestígio de povoamento castrejo em Urrós deve ser mesmo o Castelo de Oleiros. Encontra-se num alto fronteiro a Espanha, que terá sido inicialmente um castro lusitano. A romanização não faltou, conforme se depreende dos diversos achados: lápides, esculturas, cerâmica vária (talvez daí o nome de Oleiros), tudo da época romana.
As lendas sobre mouros e mouras, nestes lugares de Urrós, abundam, como aliás em toda a região. Uma delas diz que no Tomelar, numa fraga próxima da ponte do mesmo nome, está gravada a pegada do diabo, que ali bem desempenharia o papel de um mouro amaldiçoado. Diz o povo que o tal mafarrico passou por ali quando corria atrás de Nossa Senhora, em fuga para o Egipto.
Nas Inquirições de 1258, aparece já uma referência à freguesia, embora de forma indirecta. Uma prova da sua existência anterior. Todas as suas terras pertenciam então a vilãos-herdadores e nada à coroa. Por estar junto à fronteira, sofreu sempre as consequências das escaramuças entre Portugal e Espanha.
A nível eclesiástico, Urrós foi inicialmente da paróquia de Sendim até constituir abadia independente. No entanto, o pároco de Sendim apresentou sempre o abade desta freguesia, que por volta do séc. XVIII tinha de rendimento anual apenas o pé de altar, caso raro, senão único, em todo o País.
Segundo o Cadastro da População do Reino, ordenado em 1527 por D. João III, Urrós pertencia ao termo de Algoso e tinha noventa fogos, a que deveriam corresponder mais de duzentos moradores. Um número importante para a época e que se explica pelo estatuto que logo a seguir à fundação da Nacionalidade adquiriu no concelho em que se integrava. Apenas na sede concelhia vivam por essa época mais pessoas.
Curioso documento sobre Urrós é o “Tombo dos bens da comenda de Algoso”, de 1684. Nesse documento, são demarcados com clareza os limites da freguesia. Um curioso documento e que na época deu aso a fortes polémicas entre Urrós e as povoações circunvizinhas.
Em 1710, durante a Guerra dos Setenta Anos, os espanhóis invadiram a área. Foi então quando Urrós foi erigida na sua localização actual, depois ter deixado o castelo de Oleiros.
Em 1718, o rei renovou seu foral, anteriormente atribuído em Abril de 1182 pelo rei D. Afonso Henriques.
As actividades Económicas são a agricultura, pecuária com várias explorações de produção de leite, carne bovina e coelhos, pequena Indústria de Serralharia para Construção Civil, indústria de Panificação, queijaria com fabrico de queijo de ovelha e cabra artesanal e restauração.
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DADOS TÉCNICOS
O percurso: Percurso sem alguns pequenos desníveis, é apto para realizar a pé e de BTT. Linear, com cerca de 24,5 km de distância, é considerado um percurso fisicamente ‘Moderado/Exigente’;
Cartas Militares: Nº 81, 94, 95 e 108;
Duração aproximada: 7 horas;
Marcações: O trilho encontra-se devidamente marcado com a sinalética própria das Grandes Rotas e também com sinalética própria para a BTT;
Pontos altos desta actividade: As povoações e património de Cércio, Freixiosa, Vila Chã de Braciosa, Picote, Sendim, Urrós e os miradouros com vista para o rio Douro;
Cuidados: A atenção necessária quando se caminha por estradas com circulação automóvel;
Apoios: Nas povoações de Sendim e de Urrós existe um café;
Início e fim do percurso: Cércio – Coordenadas GPS: (Latitude: 41.475539 ou 41° 28′ 32″ N) e (Longitude: -6.310332 ou 6° 18′ 37″ W) – Urrós – Coordenadas GPS: (Latitude: 41.347838 ou 41° 20′ 52″ N) e (Longitude: -6.468041 ou 6° 25′ 5″ W);
GPS: Não.
Folheto (Download):