O Concelho de Mogadouro
Freguesia de Urrós
Urrós é uma localidade pertencente à freguesia homónima de Urrós, no concelho de Mogadouro, distrito de Bragança, região do Norte, sub-região das Terras de Trás-os-Montes.
Situada na margem direita do rio Douro, a freguesia de Urrós encontra-se a vinte quilómetros da vila de Mogadouro. O seu carácter de fronteira, juntamente com a geografia acidentada marcou a sua história e evolução ao longo dos tempos.
Alguns autores dizem que seu nome tem uma origem topográfica, enquanto outros sugerem que era de propriedade do Oborrós muçulmano em 1019. O nome de Urrós aparece de forma diferente em vários documentos: Urros (840), Urros (840), Duros, Durros, Huros, Orrio (no Foral de 1182). Nos séculos XIV e XV aparece Orge, Ordo, Orgho e Orio, possivelmente derivado de cevada. Outros autores dizem que o seu nome deriva do facto de que a freguesia assenta numa pequena chã, entre dois ribeiros, de vales pouco declivosos e pequenos.
Em toda a freguesia existem as condições ideais para ter servido com eficácia as populações castrejas, necessariamente precisadas de segurança e de protecção. Urreta Malhada e Cerco são povoados abertos desse período, encontrados há alguns anos nesta freguesia. Em Meirede, foram achadas diversas moedas romanas e outros objectos, como pedaços de cerâmica e machados, da mesma época.
Há alguns indícios que sugerem que o território de Urrós é habitado desde o período Neolítico, cerca de 5.000 aC.. Estes incluem a gruta do Buraco dos Morcegos, uma imensa caverna num penhasco ao longo da margem do rio Douro onde e existem vestígios de pinturas.
Durante o período dos Iberos, a área foi um castro luso, o zoela localizado no Pico de Bouça de Aires, em torno da qual havia várias áreas habitadas. Daí que alguns chamam de Castelo de Bouça de Aires.
Durante a época romana em Urreta Malhada, onde encontraram várias moedas, cerâmica, tecido e um anel de bronze, terá sido um foco activo de romanização, pelas suas minas de sal e sua localização estratégica na Lusitânia, o que resultou em ainda a criação de um segundo núcleo: Meixide (Meireide actual). Foram encontradas vestígios do neolítico (um machado de sílex e um arado de ferro), lápides e moedas romanas (um centavo da época de Augusto, um cunhado de Júlio César, um asse de Galiano, e um de Constantino).
Mas o maior vestígio de povoamento castrejo em Urrós deve ser mesmo o Castelo de Oleiros. Encontra-se num alto fronteiro a Espanha, que terá sido inicialmente um castro lusitano. A romanização não faltou, conforme se depreende dos diversos achados: lápides, esculturas, cerâmica vária (talvez daí o nome de Oleiros), tudo da época romana.
As lendas sobre mouros e mouras, nestes lugares de Urrós, abundam, como aliás em toda a região. Uma delas diz que no Tomelar, numa fraga próxima da ponte do mesmo nome, está gravada a pegada do diabo, que ali bem desempenharia o papel de um mouro amaldiçoado. Diz o povo que o tal mafarrico passou por ali quando corria atrás de Nossa Senhora, em fuga para o Egipto.
Nas Inquirições de 1258, aparece já uma referência à freguesia, embora de forma indirecta. Uma prova da sua existência anterior. Todas as suas terras pertenciam então a vilãos-herdadores e nada à coroa. Por estar junto à fronteira, sofreu sempre as consequências das escaramuças entre Portugal e Espanha.
A nível eclesiástico, Urrós foi inicialmente da paróquia de Sendim até constituir abadia independente. No entanto, o pároco de Sendim apresentou sempre o abade desta freguesia, que por volta do séc. XVIII tinha de rendimento anual apenas o pé de altar, caso raro, senão único, em todo o País.
Segundo o Cadastro da População do Reino, ordenado em 1527 por D. João III, Urrós pertencia ao termo de Algoso e tinha noventa fogos, a que deveriam corresponder mais de duzentos moradores. Um número importante para a época e que se explica pelo estatuto que logo a seguir à fundação da Nacionalidade adquiriu no concelho em que se integrava. Apenas na sede concelhia vivam por essa época mais pessoas.
Curioso documento sobre Urrós é o “Tombo dos bens da comenda de Algoso”, de 1684. Nesse documento, são demarcados com clareza os limites da freguesia. Um curioso documento e que na época deu aso a fortes polémicas entre Urrós e as povoações circunvizinhas.
Em 1710, durante a Guerra dos Setenta Anos, os espanhóis invadiram a área. Foi então quando Urrós foi erigida na sua localização actual, depois ter deixado o castelo de Oleiros.
Em 1718, o rei renovou seu foral, anteriormente atribuído em Abril de 1182 pelo rei D. Afonso Henriques.
As actividades Económicas são a agricultura, pecuária com várias explorações de produção de leite, carne bovina e coelhos, pequena Indústria de Serralharia para Construção Civil, indústria de Panificação, queijaria com fabrico de queijo de ovelha e cabra artesanal e restauração.
PATRIMÓNIO DE URRÓS
Urrós – Apeadeiro Ferroviário
Urrós – Capela de Santa Cruz
Urrós – Capela de São Sebastião
Urrós – Igreja Matriz
Urrós – Museu Rural
Urrós – Parque das Lajes
Urrós – Praça de Touros
Urrós – Praceta da Escola