Aproveitando uma pausa na chuva que se fez sentir nos últimos tempos fomos até Alvares, uma povoação e concelho antigo, actualmente pertencente a Góis para realizarmos um percurso de marcação recente, o “Trilho do Sinhel”.
À chegada a Alvares pudemos apreciar a beleza do local onde começa o percurso, a Praia Fluvial de Alvares, onde a Ribeira do Sinhel e a Ponte do Soito, cuja construção está datada de 1858, embelezam o lugar.
Prontos para a caminhada, eu, o DJ e o Francisco, iniciámos o percurso na direcção das denominadas Alminhas do Caniçal. Atravessámos um pouco da povoação, percorrendo algumas ruelas, passando no caminho pela Igreja Matriz de São Mateus onde na porta principal consta a data de 1616.
A fase inicial do percurso é sempre ascendente, em alguns pontos algo acentuada, só terminando perto do Alto da Vergada, local onde se encontra uma alminha em xisto denominada de “Alminhas do Caniçal”. Desconhece-se se existem na zona mais algumas.
Até este ponto, tirando na fase inicial uma panorâmica sobre a povoação de Alvares, o resto do percurso decorre entre eucaliptos e outra vegetação, num trilho sem grande interesse paisagístico.
A aproximação a Amiosinho, em especial quando se entra no que foi em tempos um trilho lajeado, actualmente bastante degradado e com muita pedra solta, o percurso torna-se mais interessante. Trilho bonito, com uma bela panorâmica sobre o vale da Ribeira do Sinhel e sobre a povoação de Amiosinho, mas propício a quedas, implicando uma atenção redobrada.
Na povoação visitámos a sua praia fluvial e percorremos algumas das suas ruelas.
No regresso a Alvares julgávamos que o trilho seria junto às águas da ribeira, mas infelizmente apenas a acompanha à distância. Numa grande parte caminha-se pela estrada, com excepção de um pequeno troço cujo trilho de pé posto, mais perto da ribeira, nem sequer permite a visualização da água devido à densa vegetação que o rodeia.
Já em Alvares passámos pelas ruínas do que foi um lagar de azeite e uma fábrica de lanifícios onde era fabricado o burel. Como curiosidade ainda se mantém de pé a chaminé da fábrica, totalmente feita em xisto e que se julga ser exemplar único no país.
Terminámos o percurso na Praia Fluvial de Alvares, local de grande beleza onde tínhamos iniciado a actividade.
Alberto Calé