Penacova é uma vila portuguesa pertencente à freguesia e concelho homónimos de Penacova, no Distrito de Coimbra, região Centro, sub-região de Coimbra. Sede municipal, encontra-se subdividida em 8 freguesias, estando a cerca de 20 km de distância de Coimbra.

Encontram-se espalhados pela área do concelho vestígios da presença ou passagem de povos bem diferentes: dos Fenícios aos Árabes, contudo estes povos nunca se chegaram a estabelecer com carácter definitivo e, por isso não surgiu nenhuma povoação de importância.

Em 1105, portanto surge a primeira referência documental da existência de Penacova, de onde se conclui que a vila era, ao tempo, terra importante e que a sua fundação há-de vir de longe, agravando as dificuldades. Desses tempos remotos só resta o silencio e um ou outro documento relativo a factos isolados geralmente à volta de grandes figuras ou cidades.

O segundo documento conhecido que se refere directamente a Penacova e, ainda, do século XII. Trata-se do foral da Vila, concedido por D. Sancho I em 1193 (ou 1192).

A actividade económica de Penacova está essencialmente ligada à agricultura e à silvicultura, sendo esta última a maior fonte de rendimento do concelho.

Os solos delgados não são de grande fertilidade devido à sua acidez, exceptuando as ínsuas do Rios Mondego e Alva. Cerca de 70% do concelho é constituído por zona florestal, os restantes solos produzem alguns cereais, batatas, milho, legumes e fruta. As culturas da vinha e da oliveira têm também algum significado económico.

Zona de grandes áreas florestais, aqui predominam espécies como o pinheiro bravo, o eucalipto e a acácia. O concelho possui algumas unidades industriais ligadas à exploração de madeiras.

A apicultura é uma actividade económica em algumas áreas do concelho, funcionando como um complemento do agregado familiar.

No sector secundário predominam as pequenas empresas de construção e obras públicas que empregam uma importante faixa da população.

Realça-se a unidade industrial de engarrafamento de água mineral natural “Caldas de Penacova“, uma das maiores empresas exportadoras do sector.

A localidade é fértil em património edificado:

O Pisão – É um conjunto arquitectónico constituído por um lagar de azeite, duas azenhas, um forno de cal e uma casa rural. Localiza-se a norte da vila de Lorvão.

Cruzeiro de Penacova – A construção original do Pelourinho de Penacova seria contemporânea à atribuição do foral Manuelino à vila, em 1513. No séc. XX foi transformado em Cruzeiro.

Igreja Matriz de Penacova – É dedicada a Nossa Senhora da Assunção e foi alvo de profunda reforma arquitectónica na segunda metade do séc. XVI.

Capela de São João – Localiza-se na vila de Penacova. Data do fim do séc. XVI e sofreu modificações no séc. XVIII.

Capela de Santo António – Esta capela está edificada na encosta Sul da vila de Penacova. Data do séc. XVII, mas sofreu modificações posteriores.

Miradouros de Penacova – Penacova está inserida numa área de rara beleza, entre montanhas de média altitude, grande biodiversidade, vales correspondentes aos rios Mondego e Alva, que proporcionam um panorama sumptuoso ao longo do Vale do Mondego, desde o Porto da Raiva até à Foz do Caneiro.

Em finais do séc. XIX, início do séc. XX, a Vila de Penacova, devido à sua magnífica disposição geográfica, foi merecedora de intervenções urbanísticas patrocinadas pela Sociedade de Propaganda de Portugal, que tinha como um dos seus fins a criação de itinerários, guias e cartas-roteiros de Portugal, contribuindo para o seu desenvolvimento turístico, destacando-se o facto de, em 1913, para além da sede, em Lisboa, existirem três delegações: Portimão, Bairrada e Penacova.

Encontramos marcas evidentes dos expoentes da paisagem de Penacova no Mirante Emydgio da Silva ou Emídio da Silva, na Pérgola Raul Lino e no Penedo do Castro.

Monumento natural que marca a paisagem das margens do Mondego junto a Penacova, a 'Livraria' do Mondego é um monumento que o tempo esculpiu ao longo de mais de 400 milhões de anos.

Depois de ter recebido o Alva, seu afluente da margem esquerda, o Mondego estrangula-se ao atravessar o contraforte de Entre Penedos e surgem as altas assentadas de quartzíticos dispostos quase verticalmente, como se de livros numa estante se tratasse, o que de resto deu origem à designação popular de 'Livraria' do Mondego.

Constituída por quartzíticos do Ordovícico, a 'Livraria' do Mondego foi, por Galopim de Carvalho, classificada como um Geomonumento ao Nível do Afloramento, constituindo-se, pelas caraterísticas geológicas que encerra e pela graciosidade escultórica que o tempo lhe incutiu, como um dos mais singulares monumentos naturais de Portugal.

A 'Livraria' do Mondego é visível para quem circula no IP3, imediatamente na zona da ponte sobre o Rio Mondego, junto a Penacova.

Rio Alva é um rio de montanha, afluente do Rio Mondego, que nasce na encosta Sudoeste da Serra da Estrela, perto de Sabugueiro, no concelho de Seia, distrito da Guarda, região do Centro, sub-região das Beiras e Serra da Estrela.

Percorre cerca de 106 km até desaguar no Rio Mondego, o que ocorre na localidade de Porto de Raiva, freguesia de Oliveira do Mondego, Concelho de Penacova no Distrito de Coimbra, após o Mondego ser quebrado pela Barragem da Aguieira.

No seu leito percorre um caminho sinuoso entre as encostas da Serra da Estrela e da Serra do Açor. São várias as localidades que cresceram nas suas margens. Apresenta muitas praias fluviais: São Gião, Avô, Côja, Secarias, Caldas de São Paulo a praia fluvial da aldeia de Sandomil e a zona de lazer das Fronhas junto a Barragem das Fronhas. Em São Martinho da Cortiça o Rio Alva é quebrado pela Barragem das Fronhas, após ter percorrido 78 km.

É um rio conhecido por ter uma variação muito elevada no seu caudal, pois é muito baixo no Verão e muito elevado no Inverno. Isto deve-se, essencialmente, à variação de precipitação durante o ano e a ausência desta no Verão, mas também ao facto de o caudal do rio ser controlado, em grande parte, pelo sistema hídrico da Serra da Estrela.

Rio Mondego é o quinto maior rio português e o primeiro de todos os que têm o seu curso inteiramente em Portugal. Nasce na Serra da Estrela a uma altitude de cerca de 1.525 metros, no sítio de Corgo das Mós (ou Mondeguinho), freguesia de Mangualde da Serra, concelho de Gouveia, distrito da Guarda, região do Centro, sub-região das Beiras e Serra da Estrela.

Tem a sua foz no oceano Atlântico, junto à cidade da Figueira da Foz.

O Rio Mondego tem um comprimento total de 258 quilómetros. No seu percurso inicial, atravessa a Serra da Estrela, de Sudoeste para Nordeste, nos concelhos de Gouveia e Guarda.

O leito do Rio Mondego insinua-se pelo planalto da Beira Alta por um vale cada vez mais largo, engrossa o seu caudal com a ajuda do Rio Dão, tornando-se um rio de planalto de grande poder de transporte. Ao atravessar o rebordo do planalto da Beira Central, na região de Penacova, corre num vale apertado, de meandros encaixados. Depois de receber o Rio Alva, o seu vale encaixa-se ainda mais ao atravessar o contraforte de Entre Penedos, junto de Penacova.