Serra de São Macário – Da Pena a Covas do Monte

Ficha Técnica

 
 

Partindo da aldeia da Pena, percorre-se o casario, descendo depois para uma linha de água situada na traseira da aldeia.

Atravessa-se a linha de água subindo para o lado direito.

Quando o caminho bifurca é a altura de decidirmos qual o sentido que queremos dar ao percurso. A nossa proposta é a de seguir pelo caminho da direita, identificado com uma laje com o nome ‘o caminho onde o morto matou o vivo’. O caminho da esquerda, ascendente, vai dar às paredes de escalada e servirá, no nosso caso, para depois regressar à Pena.

Conta a história que nos tempos em que os mortos da aldeia da Pena eram sepultados em Covas do Rio, um dos homens que transportava um caixão escorregou. Com a queda, este foi atingido pelo caixão, que o matou. Daí o nome, com que baptizaram este troço entre a Pena e Covas do Rio, ‘o caminho onde o morto matou o vivo’.

Seguindo por este caminho passam-se alguns campos por onde costuma pastar o gado bovino da aldeia. Continua-se na direcção da garganta que se adivinha entre as paredes rochosas. Deve evitar-se demasiada aproximação à linha de água que se encontra à nossa direita.

Serra de São Macário

Na aldeia da Pena (2011)

Passando por uma zona arborizada chega-se a uma parte rochosa que nos leva à entrada da garganta.

Esta fase do percurso, de grande beleza, é bastante perigosa, principalmente se o terreno estiver molhado. É uma descida bastante abrupta, em caminho de pé posto com muita pedra solta. Todo o cuidado é pouco!

A descida é prolongada, aproximando-se o trilho da linha de água, na qual se podem apreciar algumas ruínas do que, em tempos, foram moinhos de água.

Após passar a ponte a descida suaviza mas o sentido descendente mantém-se.

O caminho é evidente, não dando origem a dúvidas. De início segue junto à Ribeira da Pena, depois vai-se afastando da mesma.

Serra de São Macário

Pela Ribeira da Pena (2017)

O tipo de percurso mantêm-se em trilho de pé posto, com zonas de muita pedra, alguma proveniente de derrocadas. Existe algum mato que, no entanto, não impede o andamento. Na época das chuvas é normal que algumas partes do percurso estejam encharcadas e enlameadas.

Durante o percurso é possível visualizar a aldeia de Covas do Rio, o nosso primeiro destino. Olhando para trás é possível ver a zona rochosa do início da garganta, lugar de grande beleza.

O trilho não oferece dúvidas até a um cruzamento onde o mesmo se divide em dois caminhos. Segue-se pelo caminho da direita que, após uma curva prolongada, atravessa uma ponte sobre uma ribeira. Daí até Covas do Rio a distância não é muita.

Em Covas do Rio ainda podemos apreciar muitos elementos rústicos nas habitações da aldeia.

O objectivo agora é seguir para um pequeno lugar chamado Serraco, que é visível de Covas do Rio se nos virarmos na direcção da Pena.

Serra de São Macário

A caminho de Covas do Monte (2013)

Em Covas do Rio o trilho para o Serraco surge pouco depois de entrarmos na aldeia, pelo nosso lado esquerdo, um pouco mais abaixo, logo por trás das habitações.

O trilho começa no sentido descendente, passando por duas linhas de água, nas quais de Inverno é, provavelmente necessário, atravessá-las nas pontes que lá estão.

Após a segunda linha de água a subida leva-nos na direcção do Serraco. Surge um caminho à esquerda, com um portão, mas não foi por esse que seguimos. Parece-nos que se tivéssemos seguido esse percurso teríamos passado mesmo pela povoação. Não tendo sido essa a nossa decisão, fica a dúvida. Seguimos então em frente, atravessando uma linha de água e seguimos o caminho até encontrarmos dois sinais de trânsito no meio da mata. Não vale a pena seguir pelo caminho marcado com o sinal de trânsito proibido porque vai ter a uma quinta, ou casa particular, vedada por um portão fechado. Segue-se, pois, pelo caminho marcado pelo sinal de trânsito obrigatório, subindo por um caminho ascendente, em ziguezague, que nos leva ao estradão que vai para Covas do Monte e também para Covas do Rio.

Sobe-se o estradão, para o lado esquerdo, chegando a uma espécie de entrada para uma casa. Não deu para perceber se era para a aldeia do Serraco ou se era para a tal casa ou quinta particular. Seguimos novamente o estradão, sempre no sentido ascendente.

Serra de São Macário

Em Covas do Monte (2011)

Um pouco mais à frente, após a curva e contracurva, é possível verificar que existe um velho trilho que segue ao lado do estradão. Na fase inicial, mesmo ao lado, permite subir com facilidade do estradão para este. É bem mais agradável seguir este velho trilho, que tem pormenores deliciosos, desde as marcas dos rodados nas rochas, quer alguns pontos ainda bem conservados. Para além disso, o percurso decorre numa cota de altitude superior à do estradão, permitindo uma visão melhor para a magnífica paisagem que nos rodeia.

Após contornar a serra o trilho acaba já com Covas do Monte à vista. A escolha da melhor maneira de descer para o mesmo implica uma descida para o estradão e algum destrepar pela rocha nos últimos metros.

Chega-se a Covas do Monte pelo dito estradão. A visita à aldeia é obrigatória, apresentando esta fortes características rústicas e rurais. Na antiga escola da aldeia é agora um café/restaurante onde se pode comer e beber qualquer coisa.

A saída de Covas do Rio no sentido da Pena é a parte mais difícil do percurso, fisicamente falando. Pode-se optar por subir pela estrada, cuja subida não é fácil e é bastante longa, ou cortar mato pela encosta, o que abrevia bastante a subida mas aumenta o seu desnível.

Após a árdua subida e chegada à estrada, atravessando a mesma, encontra-se o trilho que nos levará à aldeia da Pena. O trilho percorre a serra a meia encosta, acompanhando durante bastante tempo o trajecto da estrada, mas a uma cota de altitude bastante inferior. Dirige-se a uma linha de água onde corre a Ribeira do Serraco, atravessando-a, e sobe-se depois na direcção das paredes de escalada e do trilho que depois desce para a aldeia.

Serra de São Macário

A árdua subida de Covas do Monte para a Pena (2013)

CROQUI DO PERCURSO

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DADOS TÉCNICOS

O percurso: Percurso apto para se realizar apenas a pé. Circular, com cerca de 10 km de distância, é um percurso fisicamente ‘Exigente’;

Carta militar: Nº 156;

Duração aproximada: 4 horas e 30 minutos;

Marcações: O trilho não segue qualquer percurso pedestre, pelo que, não existem marcações;

Pontos altos desta actividade: As aldeias da Pena, Covas do Rio e Covas do Monte. A Ribeira da Pena e a paisagem na serra;

Cuidados: A descida no trilho que leva à Ribeira da Pena pode ser perigosa com terreno molhado;

Apoios: Existem cafés/restaurantes nas aldeias da Pena e de Covas do Monte;

Início e fim do percurso: Pena – Coordenadas GPS: (Latitude: 40.87786539901749 ou 40° 52′ 40,3134″ N) e (Longitude: -8.078116178512573 ou 8° 4′ 41,2191″ W);

GPS: Não;

Folheto (Download):