


Caracterização da Serra da Freita
A Serra da Freita é um ponto alto de Portugal Continental, cuja altitude máxima, 1.102 metros, é alcançada na Malhada, um lugar pertencente à freguesia de Moldes, concelho de Arouca. Está inserida em territórios dos concelhos de Arouca e Vale de Cambra, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto, e do concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, região do Centro, sub-região de Viseu Dão-Lafões.
Esta serrania pertence, juntamente com a Serra do Arestal (com 830 metros de altitude), a Serra da Arada (com 1.119 metros de altitude) e a Serra de São Macário (com 1.053 metros de altitude), ao conjunto montanhoso denominado Maciço da Gralheira, ou Serra da Gralheira, como também é conhecido.
Situada a Norte do Caramulo, estende-se até à Serra de Montemuro. Distando cerca de 30 km do mar, é a primeira barreira orográfica do Douro Litoral, o que confere um clima muito húmido, chuvoso e frio à região.
A neve constitui presença habitual nos meses de Inverno, mas apenas por períodos de tempo muito curtos, pois as influências do clima oceânico originam a sua rápida fusão.
Encontra-se disposta na orientação Noroeste-Sudeste e estende-se pela União das freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, no extremo Sudeste do concelho de Arouca, pelas freguesias de Manhouce e de Valadares, na ponta Oeste do concelho de São Pedro do Sul, e pelas freguesias de Arões e de Cepelos, no extremo Nordeste do concelho de Vale de Cambra.
Dos imensos atractivos desta serra, alguns possuem características que não passam despercebidos, quer pela sua beleza, quer pela sua singularidade, como é o caso da cascata da Frecha da Mizarela, a cascata do Côto de Boi, o filão de quartzo de Cabaços, com dois metros de espessura, a secular capela da Senhora da Lage, o fenómeno ímpar das Pedras Parideiras, as Pedras Boroas, localizadas na freguesia da Junqueira, no local conhecido como Nascentes do Caima (a sua textura é parecida com as broas de milho devido a desequilíbrios das plaquetas exteriores), e a Mamoa da Portela da Anta, importante monumento megalítico.
Existem também vestígios da passagem dos Romanos por esta serra, testemunhados pelas calçadas romanas de Gestoso, Albergaria da Serra, destruída no século XX, e o “Caminho dos Burros” no Merujal.
Do marco geodésico de São Pedro Velho, situado a 1.077 metros de altitude, é possível ver o Oceano Atlântico, bem como, as serras do Caramulo e da Estrela.
Ainda é possível observar-se várias habitações e vedações em xisto e granito em algumas das aldeias mais típicas da região, nomeadamente na aldeia da Castanheira, Cabreiros, Rio de Frades e Cando.
Para além do Rio Caima, que tem a sua nascente nesta serra, nascem igualmente outros pequenos e múltiplos ribeiros de águas cristalinas que ajudam a avolumar os caudais dos Rios Paiva e Arda.
Nesta serra é possível a prática de algumas actividades de lazer e de desporto/aventura, existindo vários percursos pedestres marcados, locais próprios para a prática da escalada, kayak, rafting e canyoning e bons trilhos para a prática de BTT.

Albergaria da Serra
Albergaria da Serra é uma localidade pertencente à União das Freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Está situada em plena Serra da Freita, sendo também o local onde se situa a nascente do Rio Caima.
Albergaria da Serra encontra-se atestada através da toponímia, em nomes como "Portela de Anta" e "Anta" e através da existência de uma grande Mamoa com um dólmen principal e outros secundários, que se encontram no referido local de Portela de Anta, o mesmo onde, em 1257, foi colocado um marco divisório do couto de Arouca.
Por esta povoação passava a antiga via romana que seguia de Viseu até ao Porto; era designada, na Idade Média, por estrada e depois por estrada velha e estrada mourisca.
Esta localidade designava-se, no início do século XIII, como "Albergaria de Monte Fuste" e na primeira metade do século XVI ainda ostentava o mesmo topónimo. Por vezes era simplesmente denominada por "Albergaria". Ao longo dos tempos chamou-se "Albergaria da Serra", "Nossa Senhora da Assunção de Albergaria" e mais tarde "Albergaria das Cabras", topónimo que se vulgarizou no início do século XIX e que perdurou até há alguns anos atrás, onde voltou a chamar-se "da Serra". Também apelidada "Albergaria de Roças", por uma parte do Monte Fuste ter pertencido à Comenda de Rossas. O nome "Albergaria" deve-se à existência de uma albergaria naquela zona, fundada pela rainha D. Mafalda e ampliada e protegida por sua neta homónima, a rainha "Santa Mafalda".
A "Frecha da Mizarela", situada na aldeia com o mesmo nome, as "Pedras Parideiras", de Castanheira, a "Portela da Anta", e o filão de quartzo de Cabaços, são alguns dos principais atractivos turísticos da freguesia, para além da sua Igreja Matriz dedicada a Nossa Senhora da Assunção e os locais destinados ao campismo, bastante procurados e frequentados durante todo o ano.
Os habitantes dedicam-se, essencialmente e desde tempos muito remotos, à agricultura e à pastorícia, ocupando-se do pastoreio de ovelhas, cabras e vacas e cultivando algum milho e centeio no Verão.

Arouca
Arouca é, actualmente, parte da denominada União das Freguesias de Arouca e Burgo, pertencente ao concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
O território Arouquense foi povoado desde tempos remotos, como o comprovam múltiplos vestígios pré-históricos encontrados. Da presença e domínio dos romanos na Península Ibérica, e pelos vestígios arqueológicos encontrados, pensa-se que deve ter sofrido uma romanização tardia, talvez por se encontrar afastada do litoral e das vias de circulação Norte-Sul.
Pela toponímia é atestada a permanência de populações de origem germânica, resultante das chamadas invasões bárbaras.
De períodos mais recentes e durante as incursões muçulmanas, os núcleos habitacionais de Arouca ficaram quase desertos de população cristã, que se refugiou em locais pouco acessíveis ou noutras paragens mais a Norte, donde só terá regressado quando, mais tarde, com os avanços da Reconquista Cristã para Sul, a instabilidade se afastou.
No entanto, a história de Arouca só ganha destaque a partir da fundação e posterior crescimento do seu Mosteiro, sobretudo após o ingresso, na sua comunidade de religiosas, de D. Mafalda, filha do rei D. Sancho I.
O actual concelho de Arouca é o resultado do antigo Couto, da concessão do foral de D. Manuel em 1513, das posteriores reformas administrativas levadas a efeito pelos Liberais em 1836 e de uma última ampliação durante a 1ª República. Em 1836 foi extinto o concelho de Alvarenga e parte das suas freguesias foram integradas no de Arouca: Alvarenga, Espiunca, Canelas e Janarde. Nova Reforma Administrativa extinguiria o concelho de Fermedo e as freguesias de Escariz, Fermedo, São Miguel do Mato e Louredo seriam integradas também no concelho de Arouca. A freguesia de Louredo passou posteriormente para o concelho da Feira.
A implantação da República em 1910, a instauração da Ditadura Salazarista a partir de 1926 e a Revolução de Abril em 1974, para além de raras mexidas na Administração Local, precedidas de alguns conflitos de bastidores, na luta pelo poder, não foram acompanhadas de agitação popular.
Durante a Primeira Guerra Mundial iniciou-se em Arouca a corrida ao Volfrâmio, minério utilizado no fabrico de armas e munições, com vista ao seu endurecimento e maior resistência. Foram estrangeiros quem fez as principais demarcações, que ainda conservavam aquando da Segunda Guerra Mundial, ou as transmitiram a outros, também estrangeiros. Durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945, operaram na saga da exploração de volfrâmio em Arouca a Companhia Mineira do Norte de Portugal, em Rio de Frades e a Companhia Portuguesa de Minas, em Regoufe, ambas de capital maioritariamente estrangeiro. Outras pequenas empresas ou empresários individuais exploraram volfrâmio em Alvarenga e em demarcações periféricas das referidas empresas, em Regoufe e Rio de Frades.
A revolta do povo contra o corte das videiras americanas em 1936 e a resistência à polícia que veio confiscar o Volfrâmio de Alvarenga em 1944 e de que resultaram vários feridos e um morto em cada situação, constituem actos pontuais de desespero de um povo pacífico, que emigrou por esse Mundo sempre que o pão escasseou e se viu desamparado pelas autoridades do regime da época.
A agricultura praticada nos vales e terras férteis dos vales e meia encosta, o pastoreio nas serras e a enorme mancha florestal que cobre parte considerável do concelho, constituem desde tempos imemoriais o sustento das gentes.

Bondança
Bondança é uma aldeia que pertence à freguesia de Manhouce, no concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, região do Centro, sub-região de Viseu Dão-Lafões.
Está situada no Maciço da Gralheira, mas na vertente da Serra da Freita.
Com cerca de doze fogos e algumas dezenas de habitantes, Bondança encontra-se numa fértil garganta entre a Serrinha (Outeiro do Cabrito) e o Outeiro dos Lobos, na margem do ribeiro homónimo.
Não existem certezas, contudo a sua fundação deverá remontar aos séculos XVI ou XVII, sendo que no ano de 1800 eram seis as famílias do lugar, a saber: os Souto, Manel João, Fechas, Gomes, Pinho e Manel Zé.
Embora na actualidade o milho e a criação de gado sejam as principais fontes de riqueza, outrora – mesmo antes da fundação – frondosos castanheiros subiam aquela encosta, pelo que no Outono abundavam as castanhas e folhas caídas no chão.
Como os lugares do Souto e dos Castanheiros já existiam no sopé da Oreça, ao lado da estrada romana, este lugar ficou sendo conhecido por Abundança (Abundância?) hoje chamado por Bondança.

Burgo
Burgo é um lugar pertencente à União das Freguesias de Arouca e Burgo com sede em Arouca, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Foi vila e sede de concelho entre 1363 e 1817. Designou-se Vila Meã do Burgo ou Burgo Novo de Arouca. O concelho era constituído apenas pela freguesia da sede. Aquando da extinção foi anexado ao município de Arouca.
O Pelourinho do Burgo voltou a ser um monumento da freguesia depois de ser restaurado. Foi classificado pelo IPPAR como Imóvel de Interesse Público em 1933.
A Capela de Santo António, edificada nesta antiga freguesia, data do século XVIII e é de estilo barroco.

Cabaços
Cabaços é um lugar pertencente à União das Freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
De características paisagísticas similares às outras povoações vizinhas, a sua população sobrevive da agricultura e da pastorícia.
Junto à aldeia de Cabaços, o filão de quartzo de Cabaços é uma zona dedicada à escalada. Na “Zona dos Cabaços” existem os dois melhores sectores de escalada desportiva da serra: o “Sector dos Cabaços de Cima” e o “Sector dos Cabaços de Baixo“. Possui as características necessárias para a aprendizagem da modalidade devido à existência de graus de menor dificuldade.
O local permite ainda a montagem de diversos aparelhos e o treino em Manobra de Cordas.
A envolvente é bastante agradável, desfrutando-se de uma vista deslumbrante.

Cabreiros
Cabreiros é um lugar pertencente à União das Freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra da qual é sede, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto. Situa-se em plena Serra da Freita.
Em 1767, Cabreiros possuía 65 habitações e em 1950 subiu para 165 fogos e 918 habitantes, tendo esta subida sido motivada pela procura de volframite e cassiterite, muito abundante nestas paragens.
O principal atractivo deste lugar reside nas minas de Volfrâmio existentes nas proximidades da povoação, nomeadamente as Minas de Rio de Frades e as Minas das Chãs. Durante a Primeira Guerra Mundial, iniciou-se em Arouca a corrida a este minério, utilizado no fabrico de armas e munições, com vista ao seu endurecimento e maior resistência.
Actualmente, residem nesta freguesia cerca de 231 habitantes e têm como principal actividade económica a agricultura.
O património cultural e edificado é composto pela igreja matriz, que serve como sugestão de visita, aconselhando-se a ainda a visita à própria aldeia de traçado tradicional.

Cando
Cando é o lugar mais pequeno de todas as povoações que constituem a União das Freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Pequeno em dimensão mas enorme em beleza, é um dos locais desta região onde a tradição e rusticidade ainda perduram.
Uma das características mais peculiares de Cando são as suas habitações, maioritariamente de dois andares, onde o primeiro serve para habitação própria permanente, sendo o rés-do-chão destinado a alojamento para o gado (as denominadas lojas).
Cando é, efectivamente, um lugar perdido na imensidão da Serra da Freita, mas de deslumbrante paisagem humanizada.

Canelas
Canelas é uma povoação pertencente à União das Freguesias de Canelas e Espiunca, sendo Canelas a sede, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Considera-se que Canelas possui as maiores trilobites do Mundo. Os vestígios paleontológicos de trilobites encontrados na exploração das lousas são de fósseis de animais marinhos que viveram no mar há cerca de 490 milhões de anos. Estes achados são, pela sua riqueza científica, o fenómeno mais raro desta região do país.
Existem, ainda, vestígios de uma ocupação Romana ao longo do “complexo xisto-Grauváquio” onde exerceram forte actividade mineira, que se comprova pelas inúmeras minas existentes, e que se destinavam à exploração de ouro, destacando-se as minas da “Gralheira D’água” e as da “Ribeira de Mealha” onde, em ambos os locais, se encontraram pequenas mós manuais de granito destinadas a triturar as rochas. Esta actividade terá sido exercida desde o século I d.C. ao século CXI d.C..
A descoberta do filão das lousas em 1820 por Manuel da Costa, converteu-se na maior riqueza de Canelas. As lousas vieram substituir o colmo na cobertura de quase todas as casas de Canelas e das freguesias mais próximas.
O Centro de Interpretação Geológica de Canelas e os Passadiços do Paiva são, actualmente, os pontos de maior atracção turística desta localidade do concelho de Arouca.

Castanheira
Castanheira é uma aldeia pertencente à União das Freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
No seu território encerra o mistério das “Pedras Parideiras” sobre as quais já se debruçaram muito estudiosos. É um dos geossítios mais emblemáticos do Arouca Geopark e ocupa uma área de cerca de um quilómetro quadrado.
Este fenómeno é composto por um bloco de granito nodular popularmente célebre, único em Portugal e raro no Mundo. Do ponto de vista geológico, a pedra chama-se “granito nodular da Castanheira”, mas os habitantes da aldeia da Castanheira chamaram-lhe Pedra Parideira, por ser uma pedra que pare pedra. O granito da Castanheira é considerado uma “anomalia” do granito da Serra da Freita.
Com o objetivo de contribuir para a conservação, compreensão e valorização das pedras parideiras, um geossítio de relevância internacional, foi construída a “Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação“, cuja abertura ocorreu em 2012. Este espaço faculta diversas atividades turísticas e educativas. Na receção e na loja encontra todas as informações úteis para a visita, não só à Casa das Pedras Parideiras, mas também a todo o território do Arouca Geopark. Ainda poderá adquirir vários produtos da região, tais como compotas, mel, licores e artesanato.
No auditório, com capacidade para 30 lugares sentados, os visitantes podem visualizar um documentário em 3D intitulado “Pedras Parideiras: um tesouro geológico”, que ajuda a melhor compreender este fenómeno. O centro disponibiliza ainda dois espaços para a observação do afloramento rochoso, um coberto e outro descoberto.
O meio ambiente que rodeia a aldeia é composto por campos verdejantes onde o cultivo e a criação de gado servem como meio de subsistência à população da Castanheira. A aldeia apresenta ainda muitos aspectos rústicos, típicos das construções na região.
Na Ribeira da Castanheira, que corre nas traseiras da aldeia, forma-se uma cascata, cujas águas se juntam ao Rio Caima perto do lugar da Ribeira. É possível observá-la ao percorrer o percurso pedestre identificado como “PR7 – Nas Escarpas da Mizarela” (Arouca).

Espiunca
Espiunca é uma aldeia pertencente à União das Freguesias de Canelas e Espiunca com sede em Canelas, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
É uma localidade bastante procurada para a prática de desporto de aventura, nomeadamente, a prática de canyoning, canoagem, entre outros. É também ponto de partida de outros desportos de Inverno – Rafting, Kayak Rafting e Hidrospeed.
Os ex-libris desta localidade são os Passadiços do Paiva e a Falha de Espiunca. O percurso dos Passadiços do Paiva liga o Areinho a Espiunca ao longo de 8.700 metros, a maior parte dos quais em passadiços de madeira que acompanham as vertentes rochosas da margem esquerda do Rio Paiva.
A Falha da Espiunca, situada na margem direita do Rio Paiva, é um significativo afloramento geológico no talude da estrada caracterizado por bancadas maciças, de quartzitos negros com disseminação de sulfuretos e espessura variável, que foram intersectadas por uma falha. A Falha da Espiunca, de elevado valor educativo, faz lembrar as representações esquemáticas explicativas deste facto nas publicações de geologia.
Esta povoação possui uma excelente zona de recreio e lazer, localizada na margem do Rio Paiva.
A praia fluvial da Espiunca, localizada ao lado da localidade, é uma das praias fluviais do Rio Paiva que ganhou uma nova vida com muitos veraneantes a tomar banho depois de uma caminhada nos Passadiços do Paiva.
Esta localidade preserva, ainda, as características de ruralidade tão características das povoações que existem nesta serrania.

Fuste
Fuste é uma aldeia pertencente à freguesia de Moldes, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Quase isolada no espaço, situa-se em plena Serra da Freita, num lugar em que todos se conhecem, partilham histórias e cumplicidades.
A reduzida população que habita Fuste vive, essencialmente, da criação do gado, que constitui a sua principal fonte de riqueza, numa região bastante fértil em pastagens.
Quanto ao seu património, salienta-se a Capela de Santa Catarina de Fuste, o ex-libris da aldeia.
Fuste é, também, um dos pontos de partida do percurso pedestre “PR8 – Rota do Ouro Negro” que visita as antigas e abandonadas Minas da Pena Amarela, localizadas num lugar de grande beleza.

Gestoso
Gestoso é uma pequena povoação que pertence à freguesia de Manhouce, no concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, região do Centro, sub-região de Viseu Dão-Lafões.
É um lugar com poucos habitantes, onde ainda se praticam, como principais actividades económicas, a agricultura e pastorícia e a pecuária.
Em Gestoso existe um troço de calçada romana, a via “CALE ad VISSAIUM“, uma via secundária que, partindo de Cale (Porto) ou Langobriga (Fiães), atravessava a serra de Arouca em direcção a Viseu, conhecida por “Caminhos dos Burros”.
O troço de calçada encontra-se à entrada da povoação de Gestoso e continua sob a estrada de asfalto, a EM612, desviando pouco depois por caminho florestal, desembocando no CM1232 próximo da Quinta das Uchas/Quinta de Barreira, a poucos metros da ponte.

Gestosinho
Gestosinho é uma aldeia típica beirã perdida na Serra da Freita que pertence à freguesia de Manhouce, uma freguesia portuguesa do concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, região do Centro, sub-região de Viseu Dão-Lafões.
Esta aldeia mantém, como característica, as suas habitações construídas, essencialmente, em granito com os telhados em ardósia.
Os seus habitantes dedicam-se à agricultura e à pastorícia e, como é usual neste tipo de aldeias, os currais do gado situam-se nas imediações das suas habitações ou são na própria habitação, na denominada “loja”, o rés-do-chão da mesma.
As ruas principais da aldeia são empedradas e revestidas pelos excrementos do gado, deixado por esse aquando da sua passagem.
Os canastros, eiras e barracas que servem para armazenar os cereais são um ponto de atracção nesta bela e rústica aldeia da Serra da Freita.

Lomba
Lomba é uma aldeia que pertence à freguesia de Arões, concelho de Vale de Cambra, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Situada, aproximadamente, a 10 km do centro da freguesia, mantém características celtas e casas em xisto envoltas numa paisagem bela e imponente.
É uma aldeia típica em socalcos, com canastros em fila e casas em xisto com um só piso. Era utilizada esta rocha devido à sua abundância no local.
O alinhamento de xistos na Lomba é responsável pelo relevo bastante erodido, que deu origem às encostas íngremes e vales profundos.
Nesta aldeia da Serra da Freita ainda se produz o azeite à medida das necessidades nos lagares de madeira.

Manhouce
Manhouce é uma aldeia pertencente à freguesia homónima de Manhouce, no concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, região do Centro, sub-região de Viseu Dão-Lafões.
Está situada entre o Porto e Viseu, no Maciço da Gralheira, mas na vertente da Serra da Freita.
Distando cerca de 25 km de São Pedro do Sul, sede do concelho, quase em Arouca e a dois passos de Vale de Cambra, o seu território percorre-se sempre por caminhos serranos.
Manhouce é um povoado antigo. Na freguesia existem vestígios de construções megalíticas bem como sinais da passagem dos romanos pela freguesia. Esta era atravessada por uma via romana que, saindo do Porto, passava pelas suas terras rumo a Viseu.
Sensivelmente a meio caminho entre as duas cidades, esta aldeia era local obrigatório de pernoita de recoveiros e almocreves que por lá passavam e estabeleciam o intercâmbio sócio-cultural entre as gentes do litoral e do interior. Por isso a sua etnografia tem muitas influências do Douro e da Beira Litoral.
As antas do Juncal, as ruínas dos castros, os troços da via Romana bem como as suas pontes romanas, são testemunhos materiais de que estas terras foram habitadas há muitos séculos.
Até aos anos 30 do século passado, essa via de comunicação foi muito utilizada, dado que era o itinerário mais curto, apesar do trajecto ser difícil ao longo das Serras da Freita e da Arada, onde os lobos e os ladrões eram frequentes, conforme revelam as lendas locais.
Um momento histórico de Manhouce que gerou algum desenvolvimento económico ainda que fugaz, foi a corrida ao Volfrâmio nas décadas de 30 e 40 do séc. XX. Existem na freguesia várias minas abandonadas, testemunhos desse período mítico. Em 1938, Manhouce foi seleccionada para participar no concurso da “Aldeia mais Portuguesa” dada a sua originalidade.
Manhouce ocupa um vão do Maciço da Gralheira, com terrenos férteis, e campos de milho bordejados pelas vinhas que deslizam pelas encostas em socalcos. Os seus rios atravessam as pontes romanas, onde se encontram ainda moinhos, encostas de vegetação luxuriante com destaque para o azevinho e pastos com vacas e cabras. É uma aldeia rodeada de paisagens majestosas sob um tapete policromo de urze e carqueja.
Terra conhecida a nível nacional e internacional devido aos seus cantares típicos brilhantemente interpretados e divulgados pelo Grupo Etnográfico de Trajes e Cantares de Manhouce e, particularmente, pela voz de Isabel Silvestre, a popular cantora trazida ao grande público pelo grupo musical “GNR“, através da música “Pronúncia do Norte“.
Quanto à arquitectura, é a típica das aldeias serranas do Maciço, onde as casas em granito e os telhados de lousa são uma constante.

Mansores
Mansores é um lugar pertencente à freguesia homónima de Mansores, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Encontra-se inserida numa zona relativamente montanhosa, a cerca de 14 km da sede concelhia e o seu orago é a mártir Santa Cristina. Fez parte das Terras de Santa Maria.
Arqueologicamente, o local é muito rico, embora não tenham sido feitas prospecções nesse domínio. Existem várias mamoas dentro do perímetro da freguesia, e as épocas do cobre, bronze e ferro estão testemunhadas por achados ocasionais e pela toponímia.
Quanto ao seu património natural, histórico e religioso, pode-se visitar nesta freguesia a Igreja Matriz, reconstruída em 1861, as Capelas de Nossa Senhora do Rosário e de Santo António, as Cruzes dos Passos ou Calvário, o Cruzeiro Paroquial, a Casa das Terças com capela, vestígios romanos e dolménicos, e as paisagens naturais de extraordinária beleza, fruto da sua inserção no espaço da Serra da Vila e da Vista Alegre.
No âmbito das actividades económicas da freguesia, as principais são a agricultura, a pecuária, a indústria de madeiras e a construção civil, com vários empreiteiros sediados neste local.
As principais actividades geradoras de emprego estão relacionadas com o sector das madeiras, as fábricas de metalomecânica, moldes, colchões e calçado, entre outras.
Nesta povoação inicia-se e termina o “PR11-Trilho das Levadas” que, entre outros atractivos, encontram-se inúmeras levadas de água e moinhos, dos quais se destacam os Moinhos da Barrosa, pela grande beleza do local.

Merujal
Merujal é um lugar que pertence à freguesia de Urrô, concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Situada em plena Serra da Freita esta pequena aldeia rústica, com características profundamente rurais, mantém muitas das suas características arquitectónicas originais.
O Parque de campismo do Merujal é um parque rural instalado num pequeno bosque constituído por uma grande variedade de árvores. Tem capacidade para mais de 200 pessoas. Possui zona para auto-caravanas, caravanas e zona de tendas. É um dos ex-libris da povoação.
A Capela da Senhora da Lage, um dos monumentos religiosos do Merujal, é uma ermida de estilo Barroco com nave única, capela-mor e sacristia. No interior as coberturas dos tectos são com caixotão. Nesta capela realiza-se no dia 3 de Maio a célebre festa das cruzes, muito concorrida por gentes de Arouca e Cambra.
Junto à capela da Senhora da Lage existe uma das 3 zonas de escalada desportiva da Serra da Freita, com 5 vias de iniciação e equipadas apenas com tops.

Mizarela
Mizarela é uma povoação que pertence à União das Freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Este núcleo de casario em granito encontra-se em plena Serra da Freita e é particularmente reconhecida pela espectacular queda de água natural alimentada pelo rio Caima, a “Frecha da Mizarela“, com uma altura superior a 70 metros. A cascata é um dos ex-libris da serra e de Arouca.
O Parque de Lazer da Mizarela é um local apetecível para descansar e para piqueniques familiares, sendo utilizado praticamente durante o ano inteiro. Situa-se junto às margens do Rio Caima, entre Albergaria-da-Serra e a Mizarela.
A sua população dedica-se, essencialmente, à criação de gado e à agricultura.

Moldes
Moldes é uma povoação pertencente à freguesia homónima de Moldes, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto. Dista cerca de 3 quilómetros da sede concelhia e o seu orago é Santo Estêvão.
O termo Moldes poderá estar ligado à palavra latina ‘molinos’ que significa moinhos. Existem documentos que comprovam que no Rio de Moldes existiram quarenta levadas e trinta e oito moinhos.
A documentação medieval relativa a Moldes é abundante e bastante clara. Na “História Eclesiástica de Portugal“, a propósito das vicissitudes por que passariam os templos nas zonas disputadas entre cristãos e muçulmanos na época da Reconquista, Monsenhor Miguel de Oliveira refere que a antiga Igreja de Santa Maria foi destruída e a freguesia despovoada, aquando da invasão sarracena. É ainda referido que no ano 1001, se dava o seu repovoamento pelos cristãos e a reconstrução do templo, de invocação de Santo Estêvão (e já não de Santa Maria) onde guardaram as relíquias de Santa Maria e de Santo Estêvão. A respeito da igreja do local, reedificada sob a invocação de Santo Estêvão, surge a 26 de Novembro de 1091, uma acesa questão entre o Mosteiro de Arouca e D. Gontina Eriz, senhora da terra de Moldes e vizinhas. O caso foi levado perante o alvazil Sisnando, governador do Condado Conimbricense, que delegou os seus poderes em Cidi Freariz; este reuniu em Alpendurada um concílio para resolver a questão, sentenciando a favor do mosteiro, nas pessoas do abade Godinho e seu irmão Afonso.
Da história da freguesia de Moldes faz parte uma forte ligação ao vale de Arouca, mas tem episódios da história mais recente como a exploração mineira no séc. XX.
O território da freguesia apresenta uma identidade de características rurais com projetos que atestam a sua riqueza e singularidade. Ainda hoje se nota uma abundância de água que faz com que estas encostas se encontrem cobertas de um verde-escuro durante todo o ano.
Os percursos pedestres, “PR3-Caminhos do Sol Nascente” e “PR8-Rota do Ouro Negro” a par com o associativismo cultural na freguesia tem permitido o testemunho e a salvaguarda de tesouros naturais e culturais e identitários como a polifonia.

Pedrógão
Pedrógão é um pequeno lugar rural, com poucos habitantes, que pertence à freguesia de Moldes, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Esta pequena povoação é um ponto de passagem do percurso “PR8-Rota do Ouro Negro” que permite a visita às antigas e abandonadas Minas da Pena Amarela, que, em tempos, foram uma importante zona mineira de exploração de Volfrâmio. A exploração das Minas da Pena Amarela relaciona-se também com a extracção de Tungsténio e Estanho que ocorreu, no séc. XX, na região de Arouca.
Este minério era cobiçado pela Inglaterra e pela Alemanha, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, dada a utilização deste minério no fabrico de armas e munições.
Mais recentemente a abertura de um restaurante de comida típica e caseira deu a conhecer esta pequena povoação. Nas redondezas, aproveitando um pequeno ribeiro, existe um viveiro de Trutas.

Porqueiras
Porqueiras é uma aldeia abandonada que se situa em plena serra da Freita, e que pertence à freguesia de Arões, no concelho de Vale de Cambra, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Esta aldeia remota encontra-se localizada no fundo do Vale da Ribeira de Agualva. A partir deste pequeno lugar é possível apreciar-se a cascata lá existente.
A visita e passagem pelo que resta desta aldeia pode ser efectuada durante o Percurso Pedestre denominado de “PR3-Na Vereda do Pastor” (Vale de Cambra).

Serabigões
Serabigões é uma pequena povoação que pertence, actualmente, à denominada União das Freguesias de Canelas e Espiunca, com sede em Canelas, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Esta pequena povoação fica debruçada sobre as fragas talhadas pelo Rio Paiva e enquadra-se numa paisagem de amplos horizontes sendo rodeada por uma grande mancha florestal. No horizonte ficam os cumes da Serra de Montemuro.
No pequeno lugar de Serabigões, onde residem escassos habitantes, a maioria das casas é de xisto dourado com telhados em lousa negra.
Em ambiente de autenticidade rural, ainda se pratica a agricultura tradicional em que cada um cultiva as suas leiras, produz vinho, azeite e alguns continuam a cozer o pão e a destilar aguardente.

Rio de Frades
Rio de Frades pertence actualmente à União das Freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Especialmente famosa pela existência do complexo mineiro com o mesmo nome, é uma aldeia localizada na Serra da Freita. Esquecida pelo passar dos anos, foi, em tempos, bastante procurada devido à exploração das minas de Volfrâmio.
Foram estrangeiros quem fez as principais demarcações, que ainda se conservavam quando se iniciou a Segunda Guerra Mundial, ou as transmitiram a outros, também estrangeiros. Durante a Guerra, entre 1939 e 1945, operaram na saga da exploração de volfrâmio em Rio de Frades a Companhia Mineira do Norte de Portugal, de capital maioritariamente estrangeiro.
Outras pequenas empresas ou empresários individuais exploraram volfrâmio em demarcações periféricas da referida empresa.
As suas ruínas e o seu passado mineiro misturam-se com a arquitectura rural e com a população serrana que ainda lá reside.
Situa-se na margem esquerda do Rio de Frades, cujas águas foram aproveitadas para a lavagem do minério obtido nas minas situadas em redor da povoação. Hoje as águas são aproveitadas para o lazer, em especial para a prática do Canyoning.
Nesta povoação termina ou começa o percurso pedestre “PR6-Trilho do Carteiro” (Arouca), que permite a visita aos complexos mineiros e uma subida bem difícil à povoação de Cabreiros, durante a qual a paisagem sobre a serra e sobre o rio de Frades é divinal.

Tebilhão
Tebilhão é uma povoação que pertence, actualmente, à União das freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
De pequenas dimensões e de características rústicas idênticas a outros lugares da mesma freguesia, a paisagem é predominantemente composta por courelas em socalcos.
Este encantador panorama paisagístico leva o visitante a meditar do enorme esforço que os homens aí residentes tiveram que fazer para dominar a montanha agreste e dura e construir nela aquela bucólica e cativante paisagem.
A Capela de Santa Bárbara é um dos símbolos culturais desta aldeia.
Parte ou chega desta povoação o percurso pedestre “PR6-Trilho do Carteiro” (Arouca), que permite a visita ao antigo complexo mineiro de Rio de Frades. Percurso de grande beleza mas de elevada dificuldade física.

Rio Caima
Rio Caima é um rio português que nasce na Serra da Freita, na freguesia de Albergaria da Serra, concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Pouco depois da sua nascente, a uma altitude de cerca de mil metros, este forma uma queda de água com uma altura superior a 70 metros, que dá pelo nome de “Frecha da Mizarela“, excelente local para a prática de Canyoning.
No seu percurso passa ainda pelos concelhos de Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha, indo desaguar na margem direita do Vouga, junto da povoação de Sernada do Vouga.

Rio de Frades
Rio de Frades nasce na Serra da Freita, nas proximidades de Tebilhão, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, região do Norte, sub-região da Área Metropolitana do Porto.
Nasce a cerca de 1.097 metros de altitude e desagua na margem esquerda do Rio Paiva, um pouco antes de este passar em Bouceguedim.
Nas suas margens existem diversos testemunhos da exploração mineira, nas denominadas Minas de Rio de Frades e na Mina de Vale da Cerdeira.
Para além das encostas íngremes e esburacadas, as cascatas e lagoas cristalinas e a paisagem agreste converteram este local num palco fantástico de exploração e aventura. O rio é um paraíso perdido entre as serranias.
A zona íngreme e escarpada por onde correm as suas águas, formando inúmeras cascatas de dimensões apreciáveis, torna este rio apreciado para a prática de Canyoning.

Rio Paiva
Rio Paiva tem a sua nascente situada na encosta Sul da Serra de Leomil, próximo de Carapito, no concelho de Moimenta da Beira, distrito da Guarda, região do Norte, sub-região do Douro.
Desagua no lugar do Castelo, em Castelo de Paiva, local assinalado pela famosa “Ilha dos Amores”.
Os seus 108 km de extensão percorrem dez concelhos: Moimenta da Beira, Sernancelhe, Sátão, Vila Nova de Paiva, Viseu, Castro Daire, São Pedro do Sul, Arouca, Cinfães e Castelo de Paiva, entre as serras de Leomil, São Macário, Freita e Montemuro.
Este curso de água, o menos poluído da Europa, percorre persistentemente o fundo de desfiladeiros de vertentes abruptas. Nas suas margens formam-se, por vezes, praias fluviais (Paradinha, Areinho, Janarde, Meitriz, Vau e Espiunca).
O seu longo vale está dividido entre a região do Alto Paiva (de Moimenta da Beira a Vila Nova de Paiva) caracterizada por planalto formado por bosques de carvalhos e castanheiros, e o Baixo Paiva (a partir de Castro Daire até à foz) onde ganha força e se precipita com os seus famosos rápidos por uma zona montanhosa e de grandes desfiladeiros que o tornam quase inacessível em grande parte do percurso.
O Rio Paiva é um dos rios de excelência para a prática de várias actividades relacionadas com o desporto aventura em Portugal e o melhor rio do país para o rafting.
Está classificado como “Sítio de Importância Comunitária na Rede Natura 2000“.

Ribeira de Manhouce
A Ribeira de Manhouce, afluente do Rio Teixeira e do Rio Vouga, atravessa Manhouce, uma freguesia do concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu, região do Centro, sub-região de Viseu Dão-Lafões.
No seu leito os poços, as cascatas e os moinhos de água fazem o deleite de quem visita esta ribeira.
Antes de desaguar no Rio Teixeira junta-se às águas oriundas das Ribeiras de Muro, Salgueiro e Vessa.

Cascata da Frecha da Mizarela
Perto do lugar da Mizarela, em território da União das Freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, encontra-se a célebre queda de água da "Frecha" ou "Fisga" da Mizarela, muito visitada por inúmeros turistas e aventureiros.
Como o granito é mais resistente à erosão fluvial do rio Caima do que a generalidade dos xistos e grauvaques, desenvolveu-se, ao longo do tempo, um assinalável desnível, superior a 70 metros, que deu origem à Frecha da Mizarela.
Todavia, além da erosão diferencial, considera-se ainda que a orientação dos sistemas de falhas que afectam todo o bloco da Serra da Freita, tiveram influência directa na formação desta escarpa singular.
A grandeza e as características da queda de água da Mizarela conferem-lhe elevado interesse geomorfológico, o que permite atribuir-lhe um uso turístico e didáctico. Por tal razão, consideramos tratar-se de um geossítio de elevado valor à escala nacional.
Do miradouro da Frecha da Mizarela, local panorâmico por excelência, é o melhor local para a observação desta cascata, que é a mais alta queda de água de Portugal.

Mamoa da Portela da Anta
Situada em plena Serra da Freita em território da União das Freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, este importante "tumulus", situado à cota de 1.076 metros, e constituído por um dólmen principal e outros secundários, é um monumento megalítico de grande relevo na península, não pelo seu espólio, mas devido às suas excepcionais dimensões, com um diâmetro de cerca de 40 metros.
"Anta" é a designação corrente no país para um certo tipo de construções em pedra, tendo também o nome de dólmen, sendo já esta designação um galicismo.
Este dólmen é constituído por 9 pedras/esteios aprumados que limitam um espaço quase circular, não possuindo sobre estas a costumada "mesa". Comunica com a parte exterior por um corredor, mais baixo que a "Câmara" e igualmente formado por pedras/esteios ao alto, também sem a usual cobertura. A construção encontra-se numa ligeira elevação de terreno e com o corredor referido apontado para Sudeste.
À volta do monumento e, em parte, coberto com ele, existe um monte de terra com pequenas pedras, o "tumulus", parte que lhe confere notoriedade pelas invulgares dimensões. Têm sido várias as sugestões apontadas para a existência desta configuração, desde efeitos da erosão até técnicas de construção para colocação das "tampas".
Esta grande mamoa encontra-se no mesmo lugar onde, em 1257, foi colocado um marco divisório do couto de Arouca.

Minas da Pena Amarela
A exploração das Minas da Pena Amarela relaciona-se com a exploração de tungsténio e estanho que ocorreu, no passado, na região de Arouca, distrito de Aveiro, e que integram um conjunto de depósitos que ocorrem desde a Galiza a Castela (Espanha) atravessando o Nnorte e Centro de Portugal, definindo a designada “Província metalogenética estano-volframítica Ibérica”. Esta ocorrência torna Portugal o país da Europa mais rico neste minério, razão pela qual foi cobiçado pela Inglaterra e pela Alemanha principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, dada a utilização deste minério no fabrico de armas e munições.
Encontram-se aqui dezenas de bocas de minas que testemunham antigas explorações clandestinas. Estas podem ser observadas a partir de um ponto panorâmico ou percorrendo um percurso junto às mesmas (PR8 "Rota do Ouro Negro"). Foram exploradas pelos “pilhas”, principalmente arouquenses, durante a denominada "Febre do Volfrâmio". No auge da II Guerra Mundial, homens e mulheres aventuraram-se a abrir à marreta e picareta a dura rocha na esperança de encontrar o "ouro negro".
Mais tarde, em 1953, estas minas foram concessionadas tendo sido obtido o alvará para a chamada Pena Amarela nº 1 e Pena Amarela nº 2. A falta de escoamento do produto levou, tal como todas as outras minas de volfrâmio em Arouca, ao seu abandono em 1988.
Além de toda a carga histórica e mineira que aqui se respira, o arranjo cénico da paisagem envolvente é deslumbrante, sendo marcada por vales fortemente encaixados, onde correm águas límpidas e cristalinas, como as da Ribeira da Cobela e da Ribeira da Pena Amarela, que confluem ali bem perto. A Ribeira da Cobela forma uma queda de água que prende o olhar do pedestrianista.
A alteração da paisagem provocada pelas bocas das minas e pelas ruínas de uma antiga “tasca” usada pelos mineiros, conferem a este geossítio elevado interesse ao nível da paisagem cultural: nível médio na arqueologia mineira e nível elevado em relação ao turismo. A morfologia das vertentes abruptas das ribeiras, e todas as formas observáveis causadas pela dinâmica fluvial foram ainda intocáveis pelo homem e são preciosas do ponto de vista da geomorfologia.
O carácter didáctico do local é inegável, não só relativamente a aspectos relacionados com a mineração, mas também em relação a diversos aspectos geológicos. A presença da volframite garante ainda um médio interesse ao nível das colecções para museus. Desta forma, este geossítio assume elevada importância a nível regional.

Minas de Rio de Frades
O antigo Couto Mineiro de Rio de Frades localiza-se na União das Freguesias de Cabreiros e Albergaria da Serra, no concelho de Arouca, distrito de Aveiro, junto à povoação de Rio de Frades. As primeiras minas de volfrâmio foram aqui demarcadas a 6 de Maio de 1914.
A exploração destas minas, no período das Guerras Mundiais, foi efectuada pela Companhia Mineira do Norte de Portugal, pertença de alemães.
Do ponto de vista social e a título de comparação, as minas de Rio de Frades, onde chegaram a trabalhar mais de 3.000 pessoas, foram tão ou mais importantes que as minas de Neves Corvo no Alentejo, que tem cerca de 1.000 trabalhadores, e que é, actualmente, uma das mais importantes minas Europeias.
Em Rio de Frades foram abertas mais de 6 km de galerias. Uma delas, acessível perto do aglomerado de habitações designado “Bairro de Cima”, tem cerca 157 metros e fura o monte em linha recta, desembocando junto a uma queda de água, num cenário de grande beleza.
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