Serra da Estrela - Da Guarda a Loriga - Etapa 2

Ficha Técnica

De Vila Soeiro (Quinta do Paixão) ou Trinta à Portela (Gouveia)

Esta marcha baseou-se no percurso identificado como “T1” descrito no livro “À descoberta da Estrela”.

Saindo da Quinta do Paixão o percursos segue primeiro por um trilho de pé posto e depois por um estradão. A determinada altura é necessário abandonar o estradão, fora de trilho, na direcção da estrada que leva a Videmonte.

A descoberta do melhor caminho a trilhar, até à estrada, não é fácil, mas com calma lá se conseguirá.

Na povoação, existem alguns pontos de interesse a observar, tais como, a Igreja Matriz de São João Baptista, a Capela de Santo António, as inúmera casas em xisto. Há também um café onde se pode mitigar a sede e a fome.

Marcha da Guarda a Loriga 2 — **A caminho de Videmonte (2004)**

Videmonte é a última povoação que passamos até acabar a travessia em Loriga. A partir deste ponto ficamos entregues a nós próprios.

A saída de Videmonte faz-se em subida acentuada até terminar a estrada alcatroada e se entrar em estradão.

O objectivo é chegar a Porto de Melo. O percurso segue, normalmente, por estradões em terra batida.

Sempre em subida permanente vai-se passando perto do marco geodésico de São Domingos, onde se poderá ter uma vista magnífica sobre Folgosinho, e depois pelo marco geodésico dos Galhardos, onde perto se encontra a Cabeça do Faraó, um formação rochosa magnífica.

Serra da Estrela — **A caminho da Portela (2014)**

Passado este último marco geodésico inicia-se uma descida até à Portela. No cruzamento de caminhos segue-se para a direita.

No lado direito do caminho, um pouco abaixo deste, existia um fontanário onde era possível reabastecer de água (não confirmámos a sua existência na última vez).

Vira-se depois para um trilho ascendente que surge do lado esquerdo do caminho, no sentido do São Tiago. Uns metros depois é um bom lugar para pernoitar, junto a um fontanário. Bom local para acampar, tem água e um muro excelente para meter a roupa a secar ou para pousar os fogões de campanha.

Acampámos neste lugar em 2004 e em 2014, dando por fim a mais uma etapa.

CROQUI DO PERCURSO

Quinta do Paixão

Uma das muitas quintas rústicas em granito e em avançado estado de ruína que se podem encontrar na serra.

Esta quinta serviu-nos parcialmente de abrigo durante a primeira travessia da serra em 2004.

Trinta

Trinta é uma localidade pertencente à União de Freguesias de Corujeira e Trinta, da qual é sede, no concelho e distrito da Guarda, na região do Centro, sub-região das Beiras e Serra da Estrela.

Em 1852 localizava-se nos Trinta a única fábrica de lanifícios do concelho da Guarda, pertencente a João da Fonseca Corsino, chegando a existir sete fábricas a laborar. Aqui nasceu o agasalho mais quente, denso e felpudo português: o cobertor de papa.

No dia 6 de Janeiro de 1912 foi inaugurada a luz eléctrica na povoação, tendo sido a primeira aldeia do distrito da Guarda a ter esse benefício.

Pertence à rede de Aldeias de Montanha.

Esta povoação foi a solução de abrigo após a tentativa frustrada de chegar ao planalto da serra pelo percurso original, durante a segunda travessia da serra em 2014.

Videmonte

Videmonte é uma freguesia portuguesa do concelho e distrito da Guarda, região do Centro, sub-região das Beiras e Serra da Estrela.

A 22 km de distância da Guarda, é a freguesia onde se situa o ponto mais alto do concelho, o marco geodésico da Cabeça Alta, a uma altitude de 1.287 metros. Faz fronteira com Celorico da Beira e é atravessada pelo Rio Mondego.

A origem do nome da freguesia está, segundo a gente de Videmonte, associada a uma lenda popular: “antigamente havia dois locais distintos – Vide e Monte. Vide estava localizada num ponto chamado Barrelas, na Serra de Bois. Não muito afastada ficava Monte onde morava um fidalgo. O dito fidalgo deslocava-se todos os domingos a Vide para assistir à missa. Num ano remoto, durante o Verão, apareceu uma praga de formigas gigantes que atacou a população, chegando inclusivamente a matar algumas crianças. Obrigadas a protegerem-se as pessoas refugiaram-se no Monte onde vivia o fidalgo". Desta junção resultou o termo, desde então utilizado - "Videmonte".

Pertenceu ao concelho de Linhares extinto em 24 de Outubro de 1855, data em que passou a fazer parte do município da Guarda.

Localizada em pleno coração da Serra da Estrela, as paisagens naturais banhadas pelo Rio Mondego tornam a aldeia ideal para a prática de desporto e para o contacto com a natureza. As suas casas, construídas com blocos de granito, estão integradas na paisagem que as rodeia.

Capela de Santo António

Dedicada a Santo António, serve, actualmente como casa mortuária.

Este pequeno templo, todo em granito, já teve, em tempos, a fachada principal rebocada e pintada a branco.

Após as últimas obras de beneficiação do edifício, o reboco foi retirado, mantendo-se o seu traçado original.

Igreja Matriz de São João Baptista

Situada na parte mais antiga de Videmonte, a sua Igreja Matriz é dedicada a São João Baptista.

Este templo, de estilo barroco, data do século XIII e foi reconstruído no final do século XX, no ano de 1998.

Esta igreja possui uma bela fachada de estilo barroco assim como a torre sineira, imponente, à esquerda da mesma. É composta por uma só nave, com sacristia adossada e, a esta, um outro corpo, de reduzidas dimensões.

Cabeça do Faraó

A Serra da Estrela é fértil em formações rochosas e rochedos famosos.

A cabeça do faraó é um afloramento granítico de duas micas, de grão médio, designado por Granito de Mesquitela, que assume o perfil de uma cabeça humana, que se assemelha a figura austera de um antigo rei do Egipto. Trata-se de uma forma natural e resulta da alteração e erosão típica dos granitos.

A Cabeça do Faraó, uma rocha de granito situada no alto da Serra no verde pinheiral escondido, traz-nos à memória.

A Cabeça do Faraó encontra-se junto ao caminho Florestal, que liga Folgosinho a Videmonte, a cerca de 250 metros do Vértice Geodésico dos Galhardos.

Portela de Folgosinho

Ponto na serra onde o caminho bifurca para Gouveia ou Valhelas, com passagem na Senhora de Assedasse ou para o Vale do Rossim.

Foi no caminho que leva ao Vale do Rossim, com a subida ao São Tiago e daí à Santinha, que acampámos em 2004 e em 2014.

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DADOS TÉCNICOS

O percurso: Etapa com desníveis por vezes acentuados, apta para realizar a pé. Linear, com cerca de 18 km de distância, é considerada uma etapa fisicamente ‘Exigente’;

Cartas militares: Nº 202 e 203;

Duração aproximada: 6 horas;

Marcações: O trilho segue o percurso “T1” (descrito no livro “À descoberta da Estrela”), no entanto, nem sempre são visíveis as velhas marcações do percurso;

Pontos altos desta actividade: A povoação de Videmonte. A beleza da serra, com as suas quintas abandonadas, formas rochosas curiosas e paisagens;

Cuidados: A partir de Videmonte não existem povoações pelo que os caminheiros estão entregues a si próprios. A realização do percurso no Inverno pode ser muito complicada devido à neve, frio e nevoeiro;

Apoios: Apenas em Videmonte;

Início e fim do percurso: Quinta do Paixão (Vila Soeiro) – Coordenadas GPS: (Latitude: 40.532269 ou 40° 31′ 56″ N) e (Longitude: -7.358374 ou 7° 21′ 30″ W) ou em Trinta – Coordenadas GPS: (Latitude: 40.504236 ou 40° 30′ 15″ N) e (Longitude: -7.356848 ou 7° 21′ 25″ W) e fim na Portela (Gouveia) – Coordenadas GPS: (Latitude: 40.486992 ou 40° 29′ 13″ N) e (Longitude: -7.522295 ou 7° 31′ 20″ W);

GPS: Não.

Folheto (Download):