Aproveitando o facto de não estar prevista a chuva para o dia de hoje fui, na companhia do Francisco e do Figueiredo, até Moura Morta, no concelho de Castro Daire (Viseu).
A escolha recaiu no “Trilho dos Lameiros”, pelo que, iniciámos o percurso percorrendo algumas das ruelas de Moura Morta. A aldeia apresenta ainda muitos aspectos rústicos próprios da construção desta serra (Serra de Montemuro) e, ao longo desta fase do percurso, passámos por um conjunto de canastros (ou espigueiros), muitas habitações em pedra e alguns cruzeiros e fontanários antigos.
Cruzámos ainda pela Igreja Paroquial, de aspecto antigo, e pelas capelas de São Tiago e do Senhor da Boa Morte. Depois aproximámo-nos do Rio Pombeiro (ou Vidoeiro) para apreciarmos os melhores momentos paisagísticos do percurso.
Atravessámos o rio na Ponte Velha, construção com aspecto centenário para voltarmos a ter uma panorâmica sobre Moura Morta. Passámos depois a Ponte Nova para caminhar nas margens do Rio Pombeiro. A passagem nos Moinhos da Levada, onde dois exemplares algo degradados foram mais um marco interessante do percurso.
Um pouco mais à frente tivemos que atravessar o rio sobre umas velhas poldras para de seguida iniciar uma subida pela serra. Entrámos assim na parte menos interessante do percurso, caminhando por um estradão onde pontualmente tivemos alguma panorâmica sobre a serra e a povoação de Moura Morta.
Já perto da povoação pudemos visitar a sepultura antropomórfica da “Cama da Moura” que, provavelmente, estará na origem do nome da aldeia.
A parte triste da actividade foi que um cão, que nos fez companhia durante quase todo o percurso, foi atacado por outro enorme que se deslocava de guarda a uma pequena manada de vacas. Após algumas dentadas valeu-lhe o dono das vacas e lá conseguiu fugir. Nunca mais o vimos.
Percurso com algum interesse, quer patrimonial na aldeia de Moura Morta, quer paisagístico e natural na parte junto ao rio. Coincide em grande parte, quer com um pequeno troço da “GR60 – Grande Rota das Montanhas Mágicas”, quer com uma pequena parte do “Caminho Português do Interior” para Santiago de Compostela.
Lenda da Moura
Reza a lenda que, em tempos de conflitos entre cristãos e muçulmanos, uma moura dirigiu-se à aldeia de Mazes. Aí, um grupo de rapazes impediu a sua passagem e acabou por matá-la, nascendo assim o nome da aldeia de Moura Morta.
Alberto Calé