Mais uma caminhada para percurso com muita água e cascatas. Foi com esse objectivo que hoje, na companhia do Francisco, DJ e Cardoso, fui até Rio Mau (Penafiel) para percorrer o trilho “Caminhos do Rio Mau”.

Partindo da povoação de Rio Mau, que recebeu o nome do rio que a atravessa, seguimos na direcção da Cascata da Levada. Percorremos poucas dezenas de metros até chegarmos ao ponto onde a água se precipitava, com muita água, num açude, criando o primeiro momento de alguma beleza no percurso.

Regressámos ao ponto inicial para iniciar uma subida por estrada, algo longa, e sem grande interesse, entre eucaliptos. No final da subida desviámos para um estradão, passando pelas Alminhas da Estivada que foram construídas nos anos 50 do séc. XX para proporcionarem alguma conforto espiritual a quem na altura trabalhava na serra.

Antes de entrámos num trilho mineiro passámos por um grupo de três caminheiros(as) e “herdámos” a companhia canina que os acompanhava, passando o dito canídeo a ser nosso companheiro de viagem no restante percurso.

A descida ao Rio Mau, pelo tal caminho mineiro, fez-me lembrar o “Trilho do Carteiro” na Serra da Freita, com o rio a correr ao fundo num barranco. A chegada ao rio deu-se junto a umas ruínas que terão pertencido a uma exploração mineira que por lá laborou.

Depois desse ponto decidimos seguir para as cataratas e ignorámos o Poço Negro, outra queda de água que me apareceu implicar caminhar pelo leito do rio. Julguei que dava para ir às cataratas e voltar, mas o trilho continuou e acabámos por não voltar atrás.

Seguimos então, pelas margens do Ribeiro dos Cadeados, saltando por pedras, subindo e descendo pelas rochas húmidas, a testar a agilidade e o equilíbrio, até chegarmos à primeira cascata. Bonita e situada num espaço de grande beleza. Depois subimos, com o apoio de um pequeno passadiço, para chegarmos à segunda cascata.

Esse foi, para mim, o grande momento do percurso. Alta, com um bom volume de água que deslizava pelas rochas, a criar o melhor cenário de toda a caminhada. Claro que aproveitámos para as poses da praxe, tendo a cascata como fundo.

Claro que ver estas belezas naturais normalmente têm um preço associado e desta vez foi a saída do lugar. Uma subida longa, técnica e exigente, apoiada pelas cordas que por lá montaram, a lembrar velhos tempos em muitas serras e lugares onde, nem havia percursos marcados, nem cordas montadas.

Foi mais um ponto alto do percurso o qual, vale, sem qualquer dúvida, pelo troço entre o trilho mineiro, pelo trilho nas margens do Ribeiro dos Cadeados, pelas Cascatas e pela desafiante subida.

Terminada a subida, e as duas ou três que se seguiram, já por estradão, o percurso só voltou a animar quando o Rio Douro surgiu no horizonte. A paisagem para o rio e depois a reentrada nas margens do Rio Mau, perto da sua foz, deram um final agradável ao percurso.

Só pela troço do trilho mineiro, pelo caminhar nas margens do ribeiro, observar as cascatas e galgar aquela subida, valeu a pena percorrer este trilho.

Alberto Calé

 

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