


O Concelho de Caminha
Freguesia de Vilar de Mouros
Vilar de Mouros é uma vila portuguesa pertencente à freguesia homónima de Vilar de Mouros, no concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo, região do Norte, sub-região do Alto Minho.
Esta localidade tornou-se famosa em 1971 por ser o local de realização do Festival de Vilar de Mouros.
A freguesia de Vilar de Mouros, delimitada pelos montes de Góios, Pena, Gávea e Crasto, corresponde ao braço Norte do “cotovelo” com que termina a bacia do Rio Coura.
Povoada desde remotos tempos, aqui se encontraram vestígios pelo menos desde a Época do Bronze. Mas foram os Romanos que lhe conferiram personalidade própria. Depois de terem romanizado o Castro de Vilar de Mouros, de onde divergiu o povoamento para as bacias do Minho e do Coura, estabeleceram-se nas zonas baixas desta localidade. Deles nos ficou, além de cerâmica exumada no castro, o testemunho dos topónimos “Crasto” (povoado fortificado), “Agrelo” (pequena zona de campo) e “Chelo” (pequeno plaino). Aqui teriam sido exploradas as riquezas mineiras em estanho e ouro fornecidas pelo subsolo.
Mas pré-romanos, a atestar um povoamento que os Romanos apenas aculturaram, são os topónimos “Barze” (várzea) e “Ranha” (declive).
Mas as condições excepcionais do lugar, abrigado e diversificadamente rico, aqui fixaram, a partir do século VIII, um núcleo de Mouros, que constituíram mesmo uma aldeia “vilar”. Quando, no século IX, Paio Bermudes procedeu à Reconquista da região entre Minho e Lima, conquistou este “vilar”, incorporou parte dele nos seus bens como terra de inimigos e santificou o lugar com a erecção duma igreja em honra da mártir hispânica Santa Eulália, juntamente com outras que a documentação menciona e que se supõe possam ter sido as de São Sebastião e de Nossa Senhora do Crasto.
Entretanto, as incursões normandas mais uma vez fizeram refluir a população para o interior, vindo Vilar de Mouros a beneficiar da conjugação da sua interioridade com o afluxo das marés: aqui se instalaram salinas, que abasteceram a população local e das imediações.
Vilar de Mouros constituiu um couto de per si, que o rei Garcia doou em 1071 ao bispo de Tui e em cuja posse se manteve até ao fim da Idade Média. Foi nessa altura que Vilar de Mouros parece ter sido desafectada da mitra tudense e gerida por senhores laicos, ao ponto de, nos finais do século XVI, aparecer como mera capela, não constando sequer do censual de D. Diogo de Sousa, e aparecendo arrendada no de D. Frei Baltasar Limpo. Nestas circunstâncias, os senhores laicos, para valorizar a terra, construíram a ponte, gótica, à imitação das de Ponte de Lima e Ponte da Barca. Mas também foi D. Frei Baltasar Limpo que fez restaurar a igreja paroquial. No século XVII, definidas as esferas de acção, a igreja é ampliada em 1678. A emigração para o Brasil trouxe novas fontes de rendimento, que deixaram marcas na remodelação da igreja paroquial, que recebeu nova talha e uma fachada rococó. Este período senhorial e de intensa devoção barroca, ficou assinalado na freguesia com novas capelas, de que se destaca a Igreja Nova (do Senhor dos Passos / barroca), a de Nossa Senhora da Lapa (rococó, na Quinta Ranhada), e a do Encontro, numa “via-sacra” a que não faltam os nichos dos “passos” nem o púlpito de pedra para o sermão.
Em 1855, ao encerrar a Fábrica de Viana, alguns dos seus operários vieram para Vilar de Mouros, onde fundaram uma fábrica no lugar de Além da Ponte, a trabalhar para o mercado galego que absorvera a produção da Fábrica do Ruas de Caminha, extinta por um incêndio no ano anterior. Como ela, usava barros provenientes da Figueira da Foz e locais de Vilar de Mouros. A areia para o vidro era moída nos moinhos do Viso, propriedade da Quinta da Barze.
Vilar de Mouros tornou-se famosa em 1971 por ser o local de realização do Festival de Vilar de Mouros que decorre todos os anos no Verão, actualmente com artistas de gabarito internacional, chamando muitos visitantes à freguesia.
Ainda no século passado, a riqueza mineira de Vilar de Mouros entrou na corrida ao volfrâmio e hoje fornece xisto para a alvenaria e granito para cunhais e aros de portas e janelas, com que se estão construindo algumas das mais belas vivendas rurais do nosso tempo e da nossa região.
PATRIMÓNIO DE VILAR DE MOUROS
Vilar de Mouros – Capela de Santo Amaro
Vilar de Mouros – Capela do Senhor dos Passos o Igreja Nova
Vilar de Mouros – Ponte Medieval
Vilar de Mouros – Praia Fluvial das Azenhas
Vilar de Mouros – Rio Coura