O Concelho de Pampilhosa da Serra
União das Freguesias de Fajão – Vidual
Fajão é uma aldeia pertencente à União das Freguesias de Fajão-Vidual, concelho de Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, englobada na região do Centro e sub-região de Coimbra.
É uma antiga vila, encaixada numa pitoresca concha da Serra, alcandorada sobre o rio Ceira, perto da sua nascente, entre altos e gigantescos penedos de quartzito, cuja configuração faz lembrar antigos castelos naturais.
Exibe as suas casas em xisto, exemplos da arquitectura típica da zona. Possui uma malha urbana complexa confluindo toda ela, de forma sinuosa, para o adro da Igreja Matriz. O declive em que se foi implantando é atenuado por vielas oblíquas com rampas e degraus.
O material de construção predominante é o xisto – ora de tom escuro, ora de tom quase ocre – e, de quando em vez, o quartzito. Embora algumas fachadas estejam rebocadas e pintadas, são predominantemente utilizadas cores tradicionais (branco e ocre) o que dá uma forte identidade à imagem da aldeia.
O foral de Fajão foi dado pelo Prior do Mosteiro de Folques em 1233. Este mosteiro foi historicamente proeminente na região, atribuindo forais de terras e lugares, bem como outros direitos de padroados e jurisdições. Foi o primeiro foral atribuído pelo mosteiro. Com este diploma, Fajão adquire o estatuto de concelho.
No “Cadastro da população do Reino (1527)” consta o lugar do Fajão como cabeça de concelho, com 18 moradores.
O concelho de Fajão viria a ser demarcado em 1602, no entanto, por Breve do Papa Paulo V, os bens dos Mosteiros de Folques e Paderne são anexados ao Colégio da Sapiência de Santa Cruz de Coimbra. O Senhor de Fajão deixa de ser Folques para passar a ser Santa Cruz, o que permitia aos residentes na povoação gozar de privilégios e isenções concedidas pelos reis ao Mosteiro de Santa Cruz. Para os fazer valer, os moradores de Fajão tiveram, porém, de protestar e uma dessas reclamações fez de Pascoal Fernandes, que a encabeçou, figura relevante nos célebres “Contos de Fajão”.
Fajão foi vila e sede de concelho até 1855, ano em que deixou de ser concelho.
A aldeia, viveiro de cultura, tem o seu próprio museu, que ficou com o nome do Monsenhor Nunes Pereira. O espólio inclui xilogravuras, aguarelas de Fajão e objetos pertencentes à história da aldeia (como o seu primeiro telefone público). Mas há mais para ver e fazer em Fajão. Desde o típico forno comunitário, ao lavadouro público, passando pela antiga escola primária, dos tempos do Estado Novo.
Os tradicionais Contos de Fajão são 24 textos recolhidos e publicados em 1989 pelo olhar atento, sensível e perspicaz de Monsenhor Nunes Pereira. Os contos, apresentados numa escrita criativa são o testemunho da riqueza lendária da região. Muitos dos contos remontam à Idade Média e o Juiz de Fajão é, simultaneamente, personagem e símbolo do espírito do autor, transmitido de geração em geração. Valioso património de Fajão, estes contos assemelham-se aos contos alemães de Beckum.
A natureza envolvente é também um ex-libris da aldeia. Dali quase se vê a nascente do rio Ceira, um afluente do Mondego.
Os limites da aldeia tocam no Sítio de Importância Comunitária – Complexo do Açor (Penedos de Fajão) da Rede Natura 2000.
A requalificação da aldeia começou em setembro de 2003 e abrangeu, além de espaços públicos, edifícios particulares. Os proprietários demoliram, voluntariamente, parte dos seus imóveis e Fajão ganhou uma aura mais pitoresca.
É “Aldeia do Xisto” desde 2002, e integra o núcleo de aldeias da Serra do Açor.
PATRIMÓNIO DE FAJÃO
Fajão – Alminha
Fajão – Antiga Casa da Câmara, Tribunal e Cadeia
Fajão – Antiga Escola Primária
Fajão – Capela de Nossa Senhora da Guia
Fajão – Capela de São Salvador
Fajão – Casa do Professor Augusto Cardoso
Fajão – Casa do séc. XIX c/ Inscrição: “1881/J.A.S.”
Fajão – Casa do séc. XIX c/ inscrição: “1869/M.F.C.D.”
Fajão – Casa do séc. XIX c/ inscrição: “1869/J.T.”
Fajão – Casa do séc. XIX c/ inscrição: “1849”
Fajão – Casa do séc. XX c/ inscrição: “1908/A.A.O.”
Fajão – Fontanário 1