Continuando a senda por percursos com rios e cascatas fui, na companhia do Francisco, Figueiredo e Zé Manel, até Conímbriga (Condeixa-a-Nova).

A ideia era percorrer apenas uma pequena parte da “Rota do Sicó” com passagem pela “Cascata do Rio dos Mouros“. E assim o fizemos, partindo junto às famosas ruínas romanas de Conímbriga.

O percurso começou por descer até ao Rio dos Mouros onde, após o atravessar por uma ponte de pedra, começou a percorrer a sua margem esquerda. O início do percurso não oferece grande dificuldade e rapidamente, neste período do ano, se visualizam as suas águas que correm de forma agitada.

O trilho, tal como a generalidade de percursos junto a rios, é de grande beleza. Com o apoio de diversas estruturas em madeira, os famosos passadiços, é possível chegar até junto da bonita cascata. Em frente da mesma, encontra-se uma ponte suspensa, que abana generosamente sempre que alguém a percorre, o que permite observar e fotografar aquela bela imagem que as águas que se precipitam de alguns metros de altura proporcionam. Só por este pedaço de beleza natural já merecia o esforço de lá ir espreitar, no entanto, há que ter em consideração que no Verão ou em épocas longas sem chuva o rio seca e a cascata não tem água.

Passada a cascata é que começa a aventura, porque com a quantidade de chuva que tem caído nos últimos tempos, o trilho está molhado, enlameado e as pedras, que abundam no mesmo, estão bastante escorregadias. Acresce ao facto que o trilho é, em grande parte, estreito e empedrado, apresentando alguns troços algo íngremes, quer ascendentes, quer descendentes.

Foi-nos valendo os cabos de protecção instalados nas zonas mais complicadas do percurso e os troncos de árvores e arbustos que nos foram suportando e ajudando a evitar potenciais quedas.

Pessoalmente, suei as estopinhas, com o esforço e a tensão de me manter em pé a tentar evitar alguma queda nada desejada. Com os óculos molhados e embaciados pelo suor e as botas gastas a não agarrar bem o terreno, confesso que senti algum alívio quando esta parte desafiante do percurso acabou.

Atravessámos o rio no lugar de Poço, uma pequena povoação, e daí regressámos a Conímbriga, primeiro pela “Rota Carmelita” e, na parte final, novamente pela “Rota do Sicó”. Esta fase do percurso não ofereceu qualquer tipo de dificuldade, no entanto, perdeu-se a beleza do trilho pelas margens do rio.

Bonito para se percorrer nesta fase do ano, com muita água, mas a merecer muita atenção no percurso após a passagem pela Cascata do Rio dos Mouros.

Alberto Calé

 

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