


O Concelho de Celorico da Beira
Freguesia de Linhares
História de Linhares da Beira
Linhares da Beira é uma vila histórica portuguesa situada na Freguesia de Linhares e no município de Celorico da Beira, pertencendo ao distrito da Guarda, na região do Centro e sub-região das Beiras e Serra da Estrela.
Aldeia com características marcadamente medievais, Linhares da Beira possui uma diversidade arquitectónica e artística ímpar, fruto do legado de várias épocas.
Em 1169, recebeu o seu primeiro foral, atribuído por D. Afonso Henriques. Mas só mais tarde, no reinado de D. Dinis, foi erigido o seu imponente Castelo, ex-líbris da aldeia e principal cartão-de-visita nos nossos dias.
Foi erguida num majestoso penedo situado na meia-encosta da vertente Nordeste da Serra da Estrela, à altitude de 180 metros. A sua localização permitia-lhe uma posição defensiva privilegiada durante as lutas travadas por Portugal durante a sua longa existência.
Fundada pelos Túrdulos há cerca de 580 a 500 anos a.C., sabe-se que no tempo da conquista Romana era denominada Lénio ou Léniobriga, toponímia que, embora se desconheça com exactidão o seu significado, possui o termo “briga” de origem Celta, que significa “lugar fortificado, fortaleza” e era usual entre os Lusitanos e os Galaicos.
O papel de Linhares da Beira na defesa de Portugal durante a primeira dinastia está ligado à História Nacional. Todas as incursões militares vindas de Leão e Castela a atingiram. A importância estratégica do seu castelo na defesa de Portugal, situado numa linha de penetração oriunda de Castela, levou o Rei D. Dinis a ampliar e fortificar as muralhas de Linhares.
A paisagem montanhosa desta aldeia é a típica da Beira Alta, multifacetada, com solos férteis e água em abundância. Do ponto mais alto de Linhares da Beira domina-se o vale do Rio Mondego. Nas encostas podem observar-se alguns bosques de carvalhos, de castanheiros e de pinheiros, prados e planícies cerealíferas, bordeados de giestal. Numerosos penedos graníticos dispersam-se nesta paisagem sobressaindo aquele em que assenta o castelo de cantaria, onde a passagem dos séculos deixou a sua marca.
Do passado restaram práticas comunitárias de uma vivência milenar de sobrevivência e isolamento, como é o caso do sino da torre do castelo, que já na Idade Média era utilizado para se lançar o “grito de alerta”, indicativo da aproximação das forças invasoras.
Esta aldeia possui um encantador conjunto urbano, onde as casas simples construídas em granito convivem com alguns solares que preservam sinais de uma nobreza antiga, onde facilmente se descobrem muitas janelas do século XVI. A igreja matriz, o fórum medieval e o pelourinho quinhentista em granito, são alguns pontos de atracção desta aldeia. O conjunto da aldeia é encimado pelo vigoroso castelo que acompanha a geologia do terreno sobre um enorme monte rochoso. No terreiro são ainda visíveis restos de antigas cisternas.
Considerada como a “Capital do Parapente” desde 1993, esta aldeia histórica conta com uma escola onde ensina a prática desta modalidade desportiva e radical, abrilhantando os seus céus e trazendo às suas paragens novos visitantes, proporcionando-lhes momentos extraordinários de aventura e adrenalina.
Pela sua importância histórica, este antigo núcleo urbano com fundação anterior à da nação portuguesa é uma das doze “Aldeias Históricas de Portugal”, um programa formulado pelo governo português em 1991.

Igreja da Misericórdia
Erigido nos séculos XIII - XIV, este templo conhece profundas obras de remodelação em 1622, conforme data epigrafada no portal.
Apresenta planta longitudinal composta, com sacristia e campanário adossados.
A entrada principal, antecedida por adro murado, faz-se por um portal de arco pleno. No alçado lateral pode observar-se um vestígio da construção primitiva: a porta em arco quebrado, com as impostas salientes e o tímpano decorado com motivos geométricos.
O interior, de nave única, tem tecto em madeira e pavimento em lajeado. Possui coro alto e púlpito em talha.
A capela-mor é coberta por tecto de caixotões, tem as paredes revestidas por tábuas pintadas, exibindo ao centro o retábulo em talha dourada do altar-mor.
No interior deste monumento de arquitectura religiosa Românica poderão ser apreciadas obras de pintores da Escola Grão Vasco, de Viseu, representando a "Adoração" e "Fuga para o Egipto".

Casa da Fortaleza
(Antiga Albergaria)
A Misericórdia possuía um hospital instalado na Casa-Fortaleza, edifício que funcionou também como albergaria, casa dos expostos e conta-se que terá sido a residência de Dona Lopa.
Imóvel de planta quadrangular irregular organizado em torno de um pátio descoberto; a entrada é feita por um portal em arco pleno, encimado por nicho com a imagem de Santo António.
No pátio interior existe uma escadaria e balcão em granito, que dão acesso ao andar superior.
Na fachada principal, rematada por uma cornija, podem observar-se duas gárgulas com decoração antropomórfica e zoomórfica que, na tradição popular, protagonizam o Diabo e uma Cabra, personagens míticas de uma história antiga que ali teria tido lugar – A Lenda da Dona Lopa e a Dama Pé-de-Cabra.

Fonte Babosa
Este fontanário, provavelmente do séc. XVI, é uma fonte de mergulho ou de "chafurdo".
Apresenta planta quadrangular formando volume cúbico, abertura entaipada por motivos sanitários, em arco pleno, figurando por cima o brasão municipal de Linhares.

Casa com Janelas Manuelinas
O Estilo Manuelino, por vezes também chamado de Gótico português tardio ou flamejante, é um estilo decorativo, escultórico e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II.
Neste estilo predominam as formas exuberantes e uma forte interpretação naturo-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais.
A janela, tanto em edifícios religiosos como nos seculares, é um dos elementos arquitectónicos onde melhor se pode observar este estilo.
Esta casa apresenta as primeiras janelas Manuelinas da aldeia. As duas janelas apresentam um estilo decorativo algo exuberante e elaborado.

Solar da Família Corte Real
Com data provável de construção na segunda metade do séc. XVIII, o Solar Corte Real é também representativo das construções residenciais deste estilo arquitectónico.
Consta que em 1941 o solar foi completamente destruído por um ciclone.
Na frontaria da casa principal, virada para a Igreja da Misericórdia, o gosto barroco anuncia-se na composição e nos apontamentos decorativos: a fachada é enquadrada por pilastras, nela se abrindo número regular e simétrico de janelas; a empena apresenta-se rematada por cornija, que se eleva em recorte para formar o frontão destinado a receber o brasão de família. Este, esculpido no meio de elementos vegetalistas, é constituído por um escudo com as insígnias heráldicas da família Corte Real: seis crescentes em duas palas, elmo voltado à esquerda e, por timbre, um leão.
As molduras diferenciadas das janelas, o gradeamento de ferro da sacada e a ornamentação superior do frontão quebram a sobriedade geral da arquitectura do solar, embora alguns elementos-base da casa nobre setecentista estejam aqui presentes.
Actualmente recuperado, funciona como Unidade Hoteleira do Inatel.

Casa com Janela Manuelina
O Estilo Manuelino, por vezes também chamado de Gótico português tardio ou flamejante, é um estilo decorativo, escultórico e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II.
Neste estilo predominam as formas exuberantes e uma forte interpretação naturo-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais.
A janela, tanto em edifícios religiosos como nos seculares, é um dos elementos arquitectónicos onde melhor se pode observar este estilo.
Nesta habitação a janela apresenta um estilo decorativo pouco exuberante e pouco elaborado.

Casa com Janelas Manuelinas
O Estilo Manuelino, por vezes também chamado de Gótico português tardio ou flamejante, é um estilo decorativo, escultórico e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II.
Neste estilo predominam as formas exuberantes e uma forte interpretação naturo-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais.
A janela, tanto em edifícios religiosos como nos seculares, é um dos elementos arquitectónicos onde melhor se pode observar este estilo.
Nesta casa as duas janelas apresentam um estilo decorativo algo elaborado, em especial na janela de maiores dimensões onde o design é bastante exuberante.

Pelourinho
Erigido em praça pública no séc. XVI, assinalava um dos poderes consignados no foral à organização concelhia: o exercício da justiça.
Aqui, eram também aplicados, publicamente, os castigos corporais ditados pelo juiz, prática caída em desuso no séc. XIV.
Com D. Manuel I, a rude coluna medieval assume outra simbologia e, por isso, apresenta aplicado trabalho artístico, passando, desde então, a estar associada à reforma dos forais e a representar a autonomia e liberdades concelhias.
A decoração que recria alguns motivos do formulário manuelino incide em particular no capitel e no remate, em forma, respectivamente, de cone invertido e de pinha.
A ornamentação é vegetalista (estrias simulando folhagens) e geométrica (esferas na base da coluna). No cimo, uma ornamentação heráldica: a esfera armilar e a cruz de Cristo, símbolos deste monarca. Todo o monumento, imóvel considerado de Interesse Público, foi construído em granito da região, à excepção da Cruz de Cristo.
É um Imóvel de Interesse Público desde 11 de Outubro de 1933.

Fórum e Fonte de Mergulho
Do período de ocupação romana e posteriormente adaptado na época medieval existe o Fórum.
É composto por uma bancada corrida com uma pequena mesa descentrada e formada por três blocos graníticos, está construído sobre uma fonte de mergulho ou chafurdo de planta quadrangular.
Elemento raro da arquitectura civil administrativa e judicial medieval, tem a particularidade de ter sido construído por cima da fonte de mergulho, de influência gótica, que apresenta uma abertura em arco quebrado e cobertura interna em abóbada.
O Fórum terá possuído uma escadaria em granito e no parapeito existiram colunas de pedra que serviam de suporte a um alpendre de madeira, que ruiu com a degradação inerente do passar dos anos.

Casa da Câmara
A Casa da Câmara (Domus Municipalis) é uma construção em cantaria, que se impõe pela sua composição equilibrada, de efeito harmónico, a sugerir dignidade e sobriedade.
Na fachada principal, extensa superfície em granito com poucos vãos, sobressaem os poderosos cunhais e a cornija a enquadrá-la, abrindo-se, ao centro, o portal e a janela de sacada; por cima, as armas reais do tempo de Dona Maria (séc. XVIII).
No piso térreo existiu a Cadeia, como era hábito na época.
Imóvel utilizado como Câmara Municipal, Tribunal e Cadeia, serviu de Escola Primária Feminina e residência da professora até 1985.
Após a sua recuperação, é o edifício da Junta de Freguesia.

Antiga Hospedaria
Construído provavelmente no séc. XVI, o edifício tem dois pisos e o muro que prolonga a fachada principal oculta um logradouro com uma fonte.
Na frontaria, pode observar-se uma janela quinhentista que conjuga arcos de cortina e conopial e é decorada por duas fiadas de meias esferas graníticas, separadas por uma moldura de toral que preenchem os espaços da verga, peitoril e ombreiras.

Solar Brandão de Melo
Um imóvel representativo da arquitectura civil residencial do séc. XIX é o Solar Brandão de Melo.
É um edifício de influência neoclássica, com fachada encimada por um frontão triangular onde se inscreve o brasão de armas.

Capela do Senhor dos Passos
Associada ao Solar Brandão Melo está a Capela do Senhor dos Passos dos séculos XVI-XVII.
Por cima do portal de entrada da capela existe um nicho com a cruz de Cristo em pedra.
O posto de turismo, à data da foto, localizava-se nesta antiga capela.

Casa com Janela Manuelina
O Estilo Manuelino, por vezes também chamado de Gótico português tardio ou flamejante, é um estilo decorativo, escultórico e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II.
Neste estilo predominam as formas exuberantes e uma forte interpretação naturo-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais.
A janela, tanto em edifícios religiosos como nos seculares, é um dos elementos arquitectónicos onde melhor se pode observar este estilo.
Nesta habitação a janela apresenta um estilo decorativo algo exuberante e muito elaborado, abrangendo todo o contorno da janela.

Casa com Porta Manuelina
O Estilo Manuelino, por vezes também chamado de Gótico português tardio ou flamejante, é um estilo decorativo, escultórico e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II.
Neste estilo predominam as formas exuberantes e uma forte interpretação naturo-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais.
A porta, tanto em edifícios religiosos como nos seculares, é um dos elementos arquitectónicos onde melhor se pode observar este estilo.
Nesta casa a porta apresenta um estilo decorativo pouco exuberante embora algo elaborado.

Casa com Janela Manuelina
O Estilo Manuelino, por vezes também chamado de Gótico português tardio ou flamejante, é um estilo decorativo, escultórico e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II.
Neste estilo predominam as formas exuberantes e uma forte interpretação naturo-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais.
A janela, tanto em edifícios religiosos como nos seculares, é um dos elementos arquitectónicos onde melhor se pode observar este estilo.
Nesta habitação a janela apresenta um estilo decorativo pouco exuberante mas algo elaborado.

Casa do Judeu
Exemplo do tipo de habitação judia é a Casa Manuelina, edifício de porte nobre com a fachada em alvenaria de granito.
A entrada para a loja e para o segundo piso faz-se pelo arco da Rua do Passadiço, antes designada por Rua da Judiaria.
Um alpendre de recorte típico protege a porta principal, sendo a porta da loja larga, com verga e ombreiras chanfradas e divisas ao fundo, como era usual nas casas dos judeus, para marcar a hierarquia dos moradores.
Neste edifício terá provavelmente funcionado um local público de culto ou sinagoga, que possuía comunicação interior com as casas vizinhas através de portas, hoje tapadas mas ainda visíveis.
O imóvel apresenta uma das mais elaboradas janelas manuelinas de Linhares, tendo sido classificado de Interesse Público.
Actualmente é conhecido como Casa do Judeu e nele funciona um ponto de venda de Artesanato.
É um Imóvel de Interesse Público desde 24 de Janeiro de 1967.

Casa Judaica com Porta e Janela Manuelinas
O Estilo Manuelino, por vezes também chamado de Gótico português tardio ou flamejante, é um estilo decorativo, escultórico e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II.
Neste estilo predominam as formas exuberantes e uma forte interpretação naturo-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais.
As janelas e as portas, tanto em edifícios religiosos como nos seculares, são dos elementos arquitectónicos onde melhor se pode observar este estilo.
Nesta habitação quer a janela, quer a porta, o estilo decorativo é exuberante e bastante elaborado.

Casa com Janela Manuelina
O Estilo Manuelino, por vezes também chamado de Gótico português tardio ou flamejante, é um estilo decorativo, escultórico e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II.
Neste estilo predominam as formas exuberantes e uma forte interpretação naturo-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais.
A janela, tanto em edifícios religiosos como nos seculares, é um dos elementos arquitectónicos onde melhor se pode observar este estilo.
Nesta habitação a janela apresenta um estilo decorativo não muito exuberante, no entanto, algo elaborado.

Solar Pina Aragão
Construído no séc. XVI, recebe melhoramentos no séc. XVIII.
Casa nobre com influência barroca, a sua fachada principal é composta por um frontão curvo e apresenta um brasão em pedra com as armas da família Pina Aragão e Costa.
A ala norte integra ainda uma construção quinhentista, com portais biselados, vestígios da primeira casa de família.
Em 1859, volta a conhecer obras, datando desta fase uma hipotética remodelação da frontaria.

Casa do Largo da Igreja
Localizada no largo da Igreja e próxima do castelo, esta casa ainda mantêm os característicos traços de rusticidade das antigas habitações de Linhares.

Casa com Porta Manuelina
O Estilo Manuelino, por vezes também chamado de Gótico português tardio ou flamejante, é um estilo decorativo, escultórico e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II.
Neste estilo predominam as formas exuberantes e uma forte interpretação naturo-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais.
A porta, tanto em edifícios religiosos como nos seculares, é um dos elementos arquitectónicos onde melhor se pode observar este estilo.
Nesta casa a porta apresenta um estilo decorativo algo exuberante e elaborado.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção
Outrora consagrada a Santa Maria, esta igreja foi edificada provavelmente no séc. XII.
Da sua forma original restam poucos elementos Românicos: no corpo da nave, um arco pleno entaipado, um portal de umbrais talhados obliquamente, com tímpano liso em arco pleno e duas arquivoltas e, a rematar a empena, uma cornija decorada com meias esferas e cachorros zoomórficos e antropomórficos.
O estilo Barroco, patente no restante edifício, ficou a dever-se à remodelação operada no séc. XVII e centúria seguinte.
O interior, de nave única, tem tecto plano tripartido com travejamento à vista e pavimento lajeado e em tijoleira.
Os retábulos são em talha dourada e policroma, de influência maneirista.
Na capela-mor, o investimento decorativo é mais profuso, salientando-se o tecto de caixotões formado por trinta painéis pintados com figuras de santos e as dez tábuas pintadas que revestem as paredes e que são atribuídas a Vasco Fernandes (Grão Vasco).
É um Imóvel de Interesse Público desde 18 de Julho de 1957.

Fonte de São Caetano
Situado atrás da Igreja Matriz, este fontanário de estilo barroco foi restaurado em 1829, segundo se pode ler na inscrição ali afixada.
O frontispício apresenta as armas reais e possui um nicho que abrigava a imagem de São Caetano (hoje desaparecida) terminando, no topo, com uma cruz.

Castelo de Linhares da Beira
O Castelo de Linhares da Beira ou, simplesmente, Castelo de Linhares, como também é denominado, localiza-se na freguesia de Linhares da Beira, concelho de Celorico da Beira, distrito da Guarda, região do Centro, sub-região das Beiras e Serra da Estrela.
Situa-se num cabeço rochoso num contraforte a Noroeste da Serra da Estrela, em posição dominante sobre o vale do Rio Mondego. A sua importância estratégica decorre da sua localização, na linha de penetração que, de Castela, chegava a Coimbra e a Lisboa.
A primitiva ocupação do local poderá remontar a um castro pré-histórico, sobre cujos restos, possivelmente, ter sido erguido um castelo, pelos Túrdulos (c. 580 a.C.) denominando-se “Lenio” ou "Lenióbriga". Quando da romanização a fortificação terá sido reedificada, sendo vizinha à estrada romana que ligava Conímbriga ao nó viário da Guarda. O mais plausível, entretanto, é que a toponímia “Linhares” tenha paralelo com a povoação de “Liñares” no vizinho reino de Castela, à época da Reconquista Cristã da região.
Destruído no séc. VIII pelos Muçulmanos, a região foi inicialmente conquistada pelas forças de Afonso III das Astúrias (c. 852-910), numa das presúrias daquele monarca que conquistaram o Porto (868) e Coimbra (878). À época, o soberano determinou a reedificação do Castelo de Linhares (900). Pouco depois a região voltou a cair em mãos muçulmanas.
Alguns autores questionam se a Linhares mencionada entre outras povoações na concessão de um foral sem data, pelo rei Fernando I de Leão (1016-1065), seria esta povoação na Beira, ou a homónima, no Douro.
Admite-se, ainda, que os muçulmanos aqui tenham erguido uma fortificação, pois a tradição local refere que as gentes de Linhares teriam destruído um castelo mouro cujo senhor se denominava Zurar. Deste nome teria derivado o topónimo Azurara, primitiva denominação de Mangualde.
Sancho I de Portugal (1185-1211) outorgou foral à vila em 1186, seguindo o modelo de Salamanca / Numão. No contexto das hostilidades entre Afonso IX de Leão e Castela (1252-1284) e D. Sancho I pela posse da região, sendo alcaides dos castelos de Linhares e de Celorico da Beira, respectivamente, os irmãos Rodrigo e Gonçalo Mendes, encontrando-se Gonçalo cercado em Celorico por forças de D. Afonso IX em 1198, acorreu Rodrigo com as gentes de Linhares em auxílio do irmão, logrando vitória sob a invocação de Nossa Senhora dos Açores, em devoção a quem se ergueu uma Capela a meio caminho entre ambas as localidades, e se realiza, anualmente, uma romaria a 3 de Maio. Embora se desconheça a primitiva configuração do castelo, acredita-se que tenha apresentado traços do estilo românico, com a Torre de Menagem isolada no interior da Praça de Armas e cerca envolvente adaptada ao terreno.
As “Inquirições” de 1258, sob o reinado de Afonso III de Portugal (1248-1279), dão conta de que os “homens de Satao” eram obrigados à “anúduva” (auxílio na reparação de estruturas militares) dos castelos da Guarda e de Linhares, o que demonstra, a par da importância estratégica deste último no quadro defensivo do reino à época, que lhe estavam sendo procedidas obras.
Sob o reinado de Dinis I de Portugal (1279-1325), à semelhança do registado em outras fortificações do reino, uma nova campanha construtiva teve lugar em Linhares. Este soberano doou os domínios da vila e do seu castelo a seu filho natural, Fernão Sanches, que fez erguer um paço junto à Igreja de Santa Maria, destruído em finais do séc. XIV.
No contexto da Segunda Guerra Fernandina (1372-1373) no início de 1373 forças castelhanas sob o comando de Henrique II de Castela (1369-1379) penetraram pela raia da Beira e, na marcha de Almeida para Viseu, assediaram e conquistaram Linhares e o seu castelo, seguindo de Viseu a Lisboa.
Posteriormente, no contexto da Crise de Sucessão de 1383-1385, e seguindo o exemplo de grande maioria da nobreza do reino, o alcaide de Linhares, Martim Afonso de Melo, tomou partido por Beatriz de Portugal. Conquistada pelas forças do Mestre de Avis, este entregou o senhorio da vila a Egas Coelho, fidalgo de sua confiança (14 de Agosto de 1384), logo sucedido por Martim Vasques da Cunha que se iria destacar, à frente dos “homens bons” de Linhares, na batalha de Trancoso, na Primavera de 1385.
Com a paz, o castelo perdeu a sua função estratégica, dele não existindo notícias até ao século XVII, quando foi instalado o relógio público na sua torre.
Em ruínas, o castelo foi classificado como Monumento Nacional pelo Decreto nº 8.201, publicado no Diário do Governo, I Série, nº 120, de 17 de Junho de 1922.
A ZEP / Zona "non aedificandi" encontram-se definidas por Portaria de 28 de Maio de 1971, publicada no Diário do Governo, II Série, nº 141, de 17 de Junho.
A intervenção do poder público materializou-se a partir da década de 1940, através da acção da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), estendendo-se pela década seguinte. Os trabalhos então procedidos ressentiram-se da falta de pesquisa arqueológica preliminar, tendo sido removido entulho de seu interior e reconstruídos os panos de muralha, particularmente toda a cerca a Norte do recinto inferior. Este troço Norte da cerca não corresponde à planta executada por João de Almeida, onde se verifica que este troço avança mais para Norte, o que é também observável "in situ", diante das fundações de uma estrutura murária quase paralela ao pano actual. Portanto, poder-se-á deduzir que este recinto possuía uma área maior. Com relação às torres, procedeu-se à reconstrução do seu interior, o coroamento com merlões e a reconstrução das coberturas, com telhado de quatro águas.
Numa campanha construtiva mais recente renovaram-se as escadarias metálicas, protegeu-se a parte interna do adarve com guardas e renovou-se a organização interna das torres.
Na Torre de Menagem encontram-se informações sobre o castelo e sobre o património da Aldeia Histórica de Linhares da Beira. Há também um espaço multimédia, com um simulador de parapente que permite explorar a riqueza natural da paisagem entre Linhares e Celorico da Beira. Tem, ainda, um miradouro virtual que apresenta informações sobre a paisagem envolvente.

Calçada Romana
Supõe-se que esta calçada deveria integrar a rede viária construída pelos romanos, sendo parte do troço que ligava Mangualde a Linhares, seguindo para a Guarda através de Videmonte.
O percurso que hoje se pode percorrer parte do Largo da Misericórdia e tem uma extensão de cerca de 1.300 metros, terminando na ribeira de Linhares.
Tem uma largura média de 4 metros e trata-se de uma via pavimentada com blocos graníticos rectangulares, adaptada a terreno desnivelado, descrevendo várias inflexões.
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